É inegável que vivemos em um país onde se observa um dos maiores consumos no que diz respeito ficar em frente a uma televisão. Uma pesquisa, não lembro o nome e nem de onde,mas com um Google você acha fácil, enfim, a tal pesquisa aponta que 90% da população brasileira possui uma televisão em casa e 83% uma geladeira. Ou seja, o individuo prefere ter a sua comida azeda ao deixar de ver algum programa na televisão.
E por que um sintoma pós-humano? Hoje nota-se que a tela da hipnose, vulgo TV, já não é mais um puro instrumento de entretenimento inofensivo hoje ela é a extensão do sujeito, por viver mecanicamente ao trabalho, ganhar dinheiro, em boa parte dos casos dar atenção aos filhos, o cara esvazia-se, ao ligar a tela vê a sua via preenchida com uma série de imagens frenéticas, coloridas e dinâmicas. Permanece horas a fio em frente, sente-se completo, com ela não precisa de mais nada. A TV hoje é uma extensão do que entendemos por humano, uma relação de troca, com se houvesse vida pulsante entre emissor e receptor.
A coisa vai tão além que a TV também serve como calendário, por exemplo: segunda tem o programa Y no horário tal, na terça tem o seriado no canal tal no horário X, os finais de semana ganharam nomes e personagens, mais exemplos: sábado é dia de Raul Gil e Luciano Hulk, domingo é dia de Gugu e Faustão. Parte das pessoas se programam e se organizam, no caso, os seus horários e disponibilidades em torno desses programas, no mais, muita gente espera ansiosa especial de final de ano do tio Roberto e a virada da Globo.
Outro exemplo da pós-humanidade televisa foram as duas "últimas" tragédias da sociedade brasileira, a primeira o casal Nardoni e mais recentemente o caso Eloá. A TV está demasiadamente integrada no organismo das pessoas que, ao se depararem com estes casos e o seu órgão TV clama pela comoção, elas vão até o local, lá sentem-se completas, mais uma vez, estão dentro de si, ou da televisão, há momento que ocorre até confusão: eu TV, TV eu? Isso sem falar na pós-humanidade virtual que vai além, e a do celular então… Mas estes ficam para outra.