Menu

Conteúdo, informação e notícias LGBTQIA+

in

Única repórter transexual da TV aberta brasileira comemora sucesso na RedeTV

Em um país onde LGBTs ainda sofrem tanto preconceito, uma transexual vem chamando atenção por ganhar cada vez mais espaço em rede nacional.

+3% – Primeira série nacional do Netflix coloca minorias em posição de poder

Quem assiste ao TV Fama, da RedeTV, já deve ter reparado na simpatia de Lisa Gomes, atualmente a única repórter travesti no ar diariamente na TV aberta.

Lisa é um dos destaques da atração, comandando matérias divertidas e polêmicas. Ela revela que tem uma inspiração: Nany People, uma das trans com maior visibilidade da mídia brasileira, que fez parte durante anos do Programa Hebe e atualmente faz algumas aparições no programa  Xuxa Meneguel, da Record. 

 
Natural de Recife,  a jornalista mora em São Paulo há 11 anos. Começou fazendo reportagens em 2007 para um canal do Youtube direcionado ao público gay, o Arrasa Bi. Em 2013 entrou na RedeTV para integrar o quadro de web repórteres da emissora. No setor, fazia matérias para o vespertino A Tarde é Sua e para o próprio TV Fama. “Lembro como se fosse hoje quando a minha primeira matéria foi ao ar no programa da Sônia Abrão e meus amigos todos me ligando falando que tinham me visto na TV”. 
 
Pelo jeito espontâneo e divertido, chamou a atenção do diretor Fábio Martinho e foi convidada para cobrir os bastidores do carnaval em 2014. Com o sucesso, passou a ser fixa do programa apresentado por Nelson Rubens e Flávia Noronha.  No twitter, é possível encontrar menções sobre sua sexualidade quando aparece na telinha. “Tô vendo o TV Fama e apareceu uma jornalista com cara de traveco (sic)” disse uma internauta na rede social. “O TV Fama botou uma drag para fazer uma reportagem sobre a Patrícia Abravanel” disse outro ao assistir uma matéria feita por ela sobre as polêmicas declarações da filha de Sílvio Santos . “Aquela travesti é a melhor repórter do TV Fama” elogiou um outro perfil. 
 
O fato é que ela já se acostumou com essa repercussão. “É normal esse espanto das pessoas ao verem uma travesti comandando uma matéria. Infelizmente, temos poucas oportunidades de trabalho e isso também é refletido no meio televisivo. Pela falta de vaga ou por medo de sofrer preconceito, algumas vêm na prostituição a única saída. No meu caso, com muita garra, eu consegui fugir disso e estou em uma empresa que me abraçou de uma forma incrível” elogia. 
 
“Quando eu entrei na emissora ainda estava em uma fase drag queen. Normalmente ficava de menino e me vestia de mulher apenas para as matérias. O acolhimento que eu tive aqui, por parte do meu chefe Abrão Farina e toda a equipe, não encontramos em qualquer lugar. Agora que me assumi trans, o meu crachá, por exemplo, não tem o meu nome de batismo e sim o meu nome social. Esse respeito à minha identidade me emociona muito” comemora. 
 
Ainda em transformação, Lisa, que está casada há um ano e meio, conta que está se preparando para fazer a sua primeira cirurgia plástica. “Vou colocar silicone em breve. Estou em avaliação com uma equipe ótima comandada pelos Dr Laerte Thomaz Jr. Quero me sentir mais completa” conta. 
Sair da versão mobile