Neste semestre, a Universidade de Yale está oferecendo um curso inovador intitulado “Queer Science”, que provoca discussões sobre a intersecção entre ciência e identidade queer. O curso desafia os alunos a refletirem sobre questões como: “A tecnologia de reconhecimento facial realmente pode identificar se você é queer?” e “Por que há tanta obsessão com pinguins gays?”.
Os professores Juno Richards e Joanna Radin conduzirão a classe, que promete fornecer uma base no desenvolvimento da ciência sexual, desde argumentos evolutivos sobre dimorfismo sexual racializado até tecnologias contemporâneas que afirmam acessar verdades corporais mais reais do que a identidade.
Richards utiliza os pronomes “eles/deles” e Radin não responderam aos pedidos de comentários sobre as qualificações para ensinar esse campo de estudo. Jonathan Butcher, especialista em política educacional, criticou a abordagem do curso, alertando que misturar perspectivas ideológicas sobre gênero com ciência real pode ser prejudicial, especialmente para jovens que podem estar em um processo de descoberta de sua identidade de gênero.
Butcher ressalta que, embora a confusão sobre o sexo possa ser comum entre os jovens, muitas vezes ela se resolve naturalmente com a puberdade. O curso pretende engajar os alunos com ferramentas, métodos e teorias tanto de Estudos de Ciência e Tecnologia (STS) quanto de estudos queer, enfatizando os fundamentos políticos da prática científica. No entanto, Butcher argumenta que a falta de clareza sobre o que o termo “gênero” realmente significa gera mais incerteza do que valor acadêmico.
O syllabus do curso inclui leituras provocativas, como “Racismo Científico e a Emergência do Corpo Homossexual” e “Como Criar Seus Filhos para Serem Gays”, além de discussões sobre a relação entre ciência e preconceitos normativos. Com uma capacidade de matrícula limitada a 15 alunos, muitos veem o curso como uma oportunidade para explorar novas perspectivas sobre ciência e gênero, embora as críticas sobre sua validade acadêmica persistam.
Esse curso reflete uma tendência crescente nas universidades de explorar a relação entre ciência e identidade, colocando em questão normas sociais estabelecidas e buscando um entendimento mais profundo das experiências queer na academia. A interação entre ciência e queeridade pode abrir novos caminhos de pesquisa e diálogo sobre temas que afetam diretamente a comunidade LGBT, tornando-se um espaço fundamental para a discussão e a reflexão crítica sobre identidade e sexualidade no contexto contemporâneo.
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