Em quase quatro décadas, foram investidos bilhões de dólares em estudos para encontrar a cura da Aids, ainda hoje um mistério para a ciência. Nesse ínterim, milhões de pessoas faleceram em decorrência da doença e, atualmente, pelo 37 milhões são portadoras do vírus HIV, de acordo com a Organização Mundial da Saúde. Avanços como a eficácia comprovada dos antirretrovirais que retardam o progresso do vírus no organismo e dá maior sobrevida aos portadores da moléstia é o mais próximo que se chegou até o momento de encontrar uma cura para a Aids. Recentemente, um novo relatório divulgado por cientistas apontou resultado positivo para uma nova vacina que pode ser a cura para a SIDA. O estudo desenvolvido por pesquisadores na Espanha, foi realizado com cinco pacientes soropositivos que “foram curados” graças a essa vacina. O teste ainda não foi realizado em larga escala, mas pode ser considerado uma esperança. “Isso é prova do conceito de que, através da vacinação terapêutica, é possível reeducar nossas células para controlar o vírus”, disse a doutora Beatriz Mothe, do Instituto IrsiCaixa Aids de Pesquisa de Barcelona ao jornal britânico Daily Mail. A ideia é ajudar pessoas infectadas a pararem de usar drogas no controle do vírus por meses ou até anos. A vacina age impedindo a propagação do vírus no sistema imunológico. Nos pacientes que fizeram parte do estudo e onde o vírus não foi mais detectado, eles estão sem fazer uso dos medicamentos há sete meses. Para Mitchell Warren, diretor executivo da Aids Vaccine Advocacy Coalition, embora ainda não abrangente, o resultado do estudo é “interessante e importante”. “Sistemas de longo prazo que não exigem o uso de remédios realmente podem ajudar 37 milhões de pessoas com HIV. Podemos ter a chance de frear a epidemia”, afirmou. “A ideia da vacina é controlar o vírus sem que tenha que tomar remédio todos os dias. Isso já é um grande avanço”, acrescentou.
