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Vade retro!

As esquinas estão sujas.

Nas praias as latas e cocos verdes se acumulam. As pessoas se apertam.

O guarda- sol acredita que protege.

Josie esta na cama com aquele que nada lhe prometeu. Ela diz para si que essa é a ultima vez. Vai para casa e se perfuma para o marido. O champanhe no gelo. Ela prefere a vodka.

Carlos.

O suor escorre pelo atabaque. A galinha, triste animal, já sangrou. Oferenda feita. Agora só faltam as ondas. Carlos está eufórico.

“Nesse ano Iemanjá a de me perdoar por tantas ondas e pedidos”.

Passa o pano na testa. O suor sai. O atabaque permanece úmido.

Luciano. Sozinho. Não está triste. Vai à rua, acredita que a companhia irá surgir. Se não, a festa será feita do mesmo jeito.

O seu primeiro drink do último dia.

Solidão. Solidão. Apostas. A vida gira. Não para.

Josie não agüenta mais a festa. Tédio. Luciano está no bar. Centro de São Paulo. Carlos está pronto, as velas acesas. O fogo queima. Josie queria a cama, mas não para dormir e nem com aquele que lhe fez promessas.

A roda não para.

Julio está na praia. Orgulho do pai. “O garoto é ótimo no futebol. Tem futuro”. Mas logo Julio não será tão adorado pelo pai.

Observa a farta mesa. Resolve que naquela noite vai beber. Cerveja.

“Filho”, diria o pai, “atleta não bebe”.

Eu não sou atleta.

A roda gira.

A galinha está seca. Josie bêbada e na praia. Sozinha.

“Mandei a merda”.

O dia amanhece. Parece diferente. Não. É apenas o mito. Tudo continua.

Julio, Carlos, Josie e Luciano.

“Vade retro!”. Disseram todos em algum momento onde puderam ficar a sós com os seus pensamentos.

Duvidas.
Certezas.
Respiro.
Suor.
Carne.

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