Mais um ano e o tempo resolveu não ajudar a Parada Gay do Rio de Janeiro. Nublado e com chuvas esparsas, que ocorreram durante todo o trajeto, o evento ficou marcado pela fraca presença de drags e montados em geral, mas ainda assim teve gente que acreditou, se montou e compareceu. Porém, mesmo com o tempo ruim, famílias e LGBTs compareceram a manifestação que, das três ultimas edições, foi de longe a mais politizada.
Os ativistas, em sua grande maioria, saudaram a eleição da presidente Dilma Rousseff (PT) mas deixaram claro que não irão dar trégua, lembrando que o novo governo conta com a maioria do Congresso Nacional e do Senado. Uma das falas mais contunde foi feita pelo ex-ministro do meio ambiente e deputado estadual eleito Carlos Minc (PT-RJ). Minc afirmou que os "obscurantistas" não vão prevalecer e que, "cedo ou tarde", serão derrotados.
Após a abertura com as falas políticas e com o Hino Nacional executado pela cantora Jane Di Castro, às 15h30, a Parada começou oficialmente. O povo presente não se intimidou com a chuva e ferveu horrores. Durante todo o trajeto, que percorre a Avenida Atlântica, em Copacabana, nenhum incidente foi registrado pela reportagem. No entanto, o número de policiais presentes durante toda a Parada era muito baixo.
Banheiros químicos disponíveis para o público também era insuficiente. Ao todo, foram 13 trios elétricos que deram o tom da Parada. Um dos mais disputados era o trio do Cine Ideal, em que se concentrava o maior número de rapazes bonitos. A respeito do numero de participantes, a Polícia Militar divulgou que estiveram presente 250 mil pessoas, já os organizadores da Parada estimam 1,2 milhões de participantes.
Infelizmente, a Parada Gay do Rio de Janeiro finalizou com a triste noticia de um jovem, Douglas, 19, que supostamente foi baleado por militares do Exército. A Ong Arco-íris, responsável pela realização da Parada do Orgulho LGBT, divulgou nota onde exige apurações e punições rígidas ao caso.