Além do humor, dos closes no e dos números musicais, a cerimônia do Oscar que ocorreu no domingo (22) foi palco para muitos artistas vencedores fazerem discursos contra o racismo, machismo, homofobia e de visibilidade para outros problemas sociais.
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John Legend e o rapper Common, por exemplo, discursaram a favor dos direitos civis para negros, mulheres e homossexuais. Eles venceram o Oscar de melhor canção, por Glory, do filme Selma, que fala sobre o movimento negro.
O cantor afirmou que é dever de um artista refletir o tempo em que vive. E revelou que após ir à cidade Selma – onde se passa o filme – para cantar a música na mesma ponte onde Martin Luther King marchou há 50 anos, sentiu o que simboliza a ponte.
"O espírito dela transcende raça, gênero, religião, orientação sexual e status social. O espírito desta ponte conecta o garoto do sul de Chicago, sonhando com uma vida melhor, com o povo na França defendendo a liberdade de expressão, com as pessoas em Hong Kong protestando por democracia. Essa ponte foi construída em cima da esperança, moldada com compaixão e elevada pelo amor por todos os seres humanos".
Vencedor de melhor roteiro adaptado por O Jogo da Imitação, Graham Moore falou sobre a diversidade e disse que aos 16 anos quase cometeu suicídio por ser diferente dos demais. Com o Oscar em mãos, ele disse: "Continue estranho. Continue diferente. E quando chegar a sua vez, por favor passe a mensagem para a próxima pessoa". A plateia o aplaudiu em pé.
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O novato Eddie Redmayne levou na categoria de melhor ator, pela atuação no filme A teoria de Tudo, e lembrou dos pacientes que vivem com esclerose lateral amiotrófica (ELA). "Esse Oscar pertence a todos que, em todo o mundo, estão tendo que lidar com ELA. Ele pertence a uma família excepcional: Stephen, Jane, Jonathan e as crianças Hawking".
Já Julianne Moore, que pela primeira vez vence o Oscar de melhor atriz pelo filme Para Sempre Alice, lembrou das pessoas com Alzheimer. "Estou muito feliz – emocionada, na verdade – que tenhamos sido capazes de quem sabe brilhar uma luz sobre a doença de Alzheimer. Tantas pessoas com essa doença se sentem isoladas e marginalizadas, e uma das coisas maravilhosas sobre o cinema é que ele nos faz sentir vistos, e não sozinhos. E as pessoas com Alzheimer merecem ser vistas para que possamos encontrar a cura".