O vereador Carlos Apolinário, líder do partido do prefeito Gilberto Kassab (DEM) na Câmara, criticou a criação da primeira central de informações turísticas para o público LGBT do país.
O órgão, que fica na rua Frei Caneca, no Casarão GLS, começou a funcionar esta semana e tem como objetivo orientar turistas gays com sugestões de bares, lojas e restaurantes gay-friendly espalhados pela cidade. Para o vereador, a ação do governo municipal só transforma gays em "uma categoria especial de pessoas".
"Não deveria ter um espaço exclusivo para gays. Tinha de ser para todos, para qualquer atividade, seja umbandista, evangélico, gay ou lésbica", argumentou Carlos Apolinário, que é líder da bancada evangélica, em plenário com transmissão ao vivo pela TV Câmara.
"Respeito os seres humanos que são gays. Agora, a Prefeitura destinar meia página do Diário Oficial, se glorificando por estar montando um espaço para dar endereço onde os gays podem se divertir, e não para os outros, é o que eu questiono", completou.
O vereador ainda citou uma portaria do prefeito, de 14 de janeiro, que autorizou órgãos da Prefeitura a incluir nos crachás, prontuários, fichas escolares e formulários dos servidores e funcionários terceirizados nomes usados por travestis ou transexuais.
"Do jeito que as coisas estão indo, logo alguém vai apresentar um projeto transformando São Paulo na capital gay do País", completou Apolinário.
Alexandre Santos, presidente da organização da Parada Gay, acusa de homofobia a reação do vereador do DEM. "Nós não queremos direitos diferentes de ninguém. Independentemente de partido, o governo municipal tem reconhecido nossas demandas e isso é um aspecto positivo que alguém homofóbico não consegue enxergar", afirmou ao Estadão.