O vereador Carlos Apolinário (DEM) apresentou ontem, terça-feira (23/03), projeto de lei que pede a retirada da Parada Gay da Avenida Paulista, marcada para o dia 6 de junho. O PL já conta com o apoio das principais lideranças da Câmara Municipal de São Paulo.
A grande ironia é que, Carlos Apolinário é do mesmo partido do prefeito Kassab, que na segunda-feira (21/03) fez declaração pública reafirmando a realização da Parada Gay no cartão postal de São Paulo.
Segundo o jornal o "Estado de São Paulo", a atitude do vereador, que é da base de Kassab, se trata de um racha interno na Câmara Municipal de São Paulo articulado por Apolinário. Esse grupo está sendo chamado de "Centrão" e é formado pelos seguintes partidos: PR, PV, PTB, PP e PMDB. Todos estes partidos apoiam a retirada da parada da Avenida Paulista.
Para o vereador, não realizar a Parada Gay na Paulista é uma questão de "bom senso". Ele pontua o caso da bomba e o fato de o evento reunir três milhões de pessoas em uma região "cheia de leitos hospitalares".
O outro argumento é de que, a Marcha Para Jesus e a festa do Dia do Trabalho ocorrem no Campo de Marte e não provocam "prejuízo à rede hoteleira da cidade". O diretor da Associação Brasileira dos Bares e Restaurante (Abrasel), Percival Maricato, rebate o argumento do vereador evangélico.
Ao Estadão ele afirmou que a mudança de endereço da Parada traria prejuízos hoteleiros e disse que o real problema não é a realização da festa na Avenida Paulista e sim a "intolerância de um vereador que demonstra preconceito com quem não é da sua religião".
Incomodado com a força do bloco opositor, que já conseguiu reverter dois vetos do prefeito, Kassab tem articulado uma aliança entre PSDB e PT para que tirem a força do "Centrão". Kassab pede que tucanos e petistas se unam e elejam o próximo presidente da casa.