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Vereador de Iperó gera polêmica com fala machista e homofóbica

Após cumprimentar vereadora com beijo, parlamentar dispara frases ofensivas em sessão
Vereador de Iperó gera polêmica com fala machista e homofóbica

Após cumprimentar vereadora com beijo, parlamentar dispara frases ofensivas em sessão

Em Iperó, interior de São Paulo, um episódio ocorrido durante sessão da Câmara Municipal tem mobilizado debates e reflexões sobre respeito, gênero e direitos humanos. Na terça-feira, 3 de junho, o vereador Waldir Luiz Paula Leite (Republicanos) cumprimentou a vereadora Maria Gorete (PSD) com um abraço e um beijo, gesto que por si só poderia ser apenas uma demonstração de afeto ou protocolo informal. No entanto, a reação do parlamentar ao ser repreendido por alguém na plateia desencadeou uma fala carregada de machismo e homofobia que chocou a comunidade local.

O vídeo que viralizou nas redes sociais mostra o vereador respondendo com frases como: “Que foi, campeão? Você também gosta disso. Ou tá assim? Tá assim?” acompanhado de gestos considerados ofensivos e homofóbicos. Ele ainda acrescenta: “Para, rapaz, se segura. Tu és macho.” Essas palavras reverberaram como um ataque não só à pessoa que o repreendeu, mas a toda uma população que luta contra o preconceito e a violência simbólica que ainda permeiam espaços públicos.

Reação da vereadora e repercussão na cidade

Uma semana depois do ocorrido, em 10 de junho, a vereadora Maria Gorete usou a tribuna para esclarecer sua posição, afirmando que não se sentiu assediada com o abraço e o beijo e que já conversou com o vereador para sanar o mal-entendido, garantindo que episódios semelhantes não se repetirão. Apesar de seu posicionamento conciliador, o caso continuou a gerar discussões acaloradas nas redes sociais, com muitos moradores repudiando a fala do vereador e outras pessoas questionando a gravidade da situação.

Uma servidora pública da cidade publicou uma mensagem contundente em suas redes, defendendo o direito ao respeito e ao consentimento: “O silêncio de quem deveria ser voz. Ninguém pode te abraçar ou muito menos tentar te beijar sem consentimento, isso não é coisa de macho. #NãoseCale. O nome disso é assédio.” O post também destacou a importância da vereadora na implantação da Procuradoria da Mulher na Câmara, ressaltando seu papel na defesa dos direitos das mulheres.

O desafio da representatividade e respeito nos espaços políticos

Este episódio em Iperó ecoa um desafio maior para a política brasileira, especialmente na promoção de ambientes seguros e respeitosos para mulheres, pessoas LGBTQIA+ e demais grupos historicamente marginalizados. A fala machista e homofóbica do vereador evidencia a urgência de debates profundos sobre cultura, poder e igualdade, que vão além do diálogo formal e alcançam a educação e conscientização social.

É fundamental que os espaços políticos reflitam a diversidade da população e promovam a equidade, combatendo práticas que reforçam estereótipos e preconceitos. O acolhimento e a escuta ativa das vozes afetadas são passos essenciais para a transformação cultural necessária.

Enquanto isso, a população de Iperó permanece atenta e dividida, com muitos exigindo posicionamentos claros e ações concretas para que situações como essa não voltem a acontecer. A Câmara Municipal, por sua vez, informou que até o momento não recebeu nenhuma reclamação formal da vereadora e reforçou o seu compromisso com o respeito às diferenças e o combate à discriminação.

Em tempos em que o debate sobre direitos e respeito à diversidade ganha cada vez mais espaço, episódios como o ocorrido em Iperó servem como alerta para que a representatividade e o acolhimento sejam prioridade em todos os âmbitos, inclusive nas esferas políticas locais.

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