Líder do PT em Campo Grande protesta contra ataques a civis palestinos e destaca a luta LGBTQIA+ na Palestina
O vereador Jean Ferreira, líder do PT na Câmara Municipal de Campo Grande, se posicionou com firmeza em defesa do povo palestino e pediu o rompimento das relações diplomáticas entre o Brasil e Israel. O protesto ocorreu na Praça Ary Coelho, no coração da capital sul-mato-grossense, em um ato de solidariedade que reuniu vozes contra os ataques que têm ceifado vidas inocentes.
Durante a manifestação, Jean Ferreira questionou o recente envio de uma comitiva do governo estadual a Tel Aviv, Israel. “O que eles foram aprender lá? Só soubemos dessa viagem depois do ataque do Irã”, declarou o vereador, classificando como inadmissível a utilização de recursos públicos para visitar um Estado que, segundo ele, pratica genocídio.
Compromisso histórico com a causa palestina
Desde antes de assumir seu mandato, Jean Ferreira tem sido uma das principais vozes contra os ataques israelenses a civis palestinos. Em novembro de 2023, participou do primeiro ato organizado pelo Comitê de Solidariedade ao Povo Palestino em Mato Grosso do Sul. Já em março de 2025, apresentou uma moção de apoio à comunidade palestina, aprovada quase que unânimemente na Câmara, demonstrando seu compromisso constante com a causa.
O vereador também enalteceu a postura do presidente Lula, que tem se destacado como uma voz internacional pela paz, condenando o conflito e o genocídio, contribuindo para trazer visibilidade à situação dramática vivida pelo povo palestino.
Direitos LGBTQIA+ e a crítica ao ‘pinkwashing’
Jean Ferreira, que é abertamente LGBTQIA+, rebateu ataques que questionam sua solidariedade ao povo palestino, enfrentando a narrativa que associa Israel como o único defensor dos direitos LGBTQIA+. Ele esclareceu que Israel utiliza uma estratégia chamada “pinkwashing”, que instrumentaliza a Parada do Orgulho para angariar apoio de setores progressistas, enquanto mantém políticas e ações violentas que também afetam pessoas LGBTQIA+ na região.
“Não existem direitos humanos pela metade”, afirmou o vereador, ressaltando que não faz sentido celebrar direitos da comunidade LGBTQIA+ ao mesmo tempo em que se ignora o genocídio de um povo inteiro. Ele destacou ainda que dentro da Palestina existem grupos palestinos engajados na defesa dos direitos da comunidade LGBTQIA+, reforçando uma visão mais complexa e plural sobre a região.
Além disso, Jean Ferreira denunciou o racismo anti-árabe que generaliza toda a região por comportamentos de grupos fundamentalistas e desmistificou o argumento de que Israel seria mais avançado em direitos LGBTQIA+. “Israel só descriminalizou a homossexualidade em 1988, enquanto na Palestina isso ocorreu em 1951. Historicamente, a Palestina tem uma trajetória mais progressista em relação a esses direitos”, explicou.
Uma voz por justiça e igualdade
O posicionamento do vereador Jean Ferreira representa uma importante interseccionalidade entre a luta pelos direitos humanos, a solidariedade internacional e a defesa das causas LGBTQIA+. Sua voz ecoa em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, e inspira um olhar crítico que rejeita a instrumentalização política dos direitos humanos e exige justiça para todos, sem distinção.
O ato contou ainda com a presença da vereadora Luiza Ribeiro e da deputada federal Camila Jara, ambas também do PT, reforçando o apoio político a essa causa urgente e necessária.