Glen Coleman, um veterano de 62 anos, compartilhou sua dolorosa experiência de abuso sofrido enquanto servia na Marinha Real do Reino Unido entre 1979 e 1983. Sua história se torna ainda mais relevante agora, pois o governo britânico anunciou um aumento significativo na compensação para os militares que enfrentaram discriminação devido à sua sexualidade. Coleman foi detido por 20 dias, passou por humilhações públicas e foi demitido das Forças Armadas por ser gay. Durante seu tempo em serviço, ele trabalhou como mecânico de engenharia marinha e como guarda-costas a bordo da fragata HMS Naiad.
A demissão e o abuso afetaram profundamente a vida de Glen, levando-o a lutar contra a dependência de drogas e álcool, além de dificuldades para manter empregos ao longo de três décadas. O governo britânico agora destinará até £70.000 (cerca de R$ 500.000) para compensar as vítimas, com um total de £75 milhões (aproximadamente R$ 540 milhões) disponível para pagamentos.
Coleman descreve a brutalidade da sua experiência, revelando que em 1982 ele foi sequestrado por quatro policiais militares, submetido a um procedimento médico invasivo que considerou uma forma de agressão sexual e mantido em uma cela sem qualquer representação legal. Ele foi tratado como um criminoso, publicamente desonrado em uma cerimônia onde as acusações contra ele foram lidas em voz alta diante de uma multidão hostil. Essa humilhação deixou marcas profundas em sua vida, contribuindo para um ciclo de autodestruição e vergonha.
O caso de Glen é um lembrete poderoso das injustiças enfrentadas por muitos membros da comunidade LGBT que serviram nas forças armadas antes da revogação da proibição de serviço em 2000. A luta não é apenas por compensação financeira, mas por reconhecimento e reparação por traumas que perduram por gerações.