A VI Caminhada de Lésbicas e Bissexuais deste ano promete. Com um tema forte e relevante – “Ser Lésbica é um direito! Nem Igreja, nem mercado, nosso corpo nos pertence. Por um Estado laico de fato!” – pretende aliar mobilização política e festa para mostrar que nós lésbicas e bissexuais existimos e temos direitos e reivindicações.
Participações de diversos grupos e organizações de mulheres estão sendo articuladas, e várias atrações musicais já foram confirmadas. A primeira DJ a confirmar sua apresentação no carro que irá acompanhar a Caminhada é a fofíssima e poderosa Nina Lopes.
Veja a rápida entrevista que ela deu ao Dykerama.com:
Dykerama.com – Qual a importância da Caminhada de Lésbicas e Bissexuais, por que é importante o comparecimento das pessoas?
Nina Lopes: Ouso dizer que a Caminhada Lésbica, hoje, é mais importante que a Parada Gay. A Caminhada é embasada em cunhos político-sociais e pretende lutar, de fato, pela visibilidade e conquista de direitos. Quanto mais pessoas comparecerem, mais reforçada a idéia de união e de que somos muitas e orgulhosas de ser exatamente quem somos. Foi onde a Parada Gay se perdeu e se transformou em um carnaval de rua. Desejo que a Caminhada mantenha-se firme em seu propósito e que possamos chegar a um milhão em breve.
Dykerama.com – Talvez você seja a lésbica que mais aparece na mídia, discutindo e nos representando. Como você percebe a influência do seu trabalho na visibilidade de Lésbicas e Bissexuais?
Nina: Outro dia recebi um e-mail de uma mãe que disse que meu trabalho fez com que ela visse a filha lésbica de outra maneira e que isso permitiu que as coisas ficassem bem entre elas. Este único fato valeria cem anos de trabalho. Fico muito emocionada ao saber que faço a diferença para alguém. As meninas sempre deixam recado no meu Orkut dizendo que sentem-se mais fortes e corajosas ao olhar para a própria homossexualidade quando me vêem assumida e feliz. Isso vale mais que ouro.
Dykerama.com – O tema deste ano é “Ser lésbica é um Direito! Nem Igreja, nem Mercado, nosso corpo nos pertence. Por um Estado laico de fato!”. Para você, qual a relevância deste tema?
Nina: O direito de exercer nossa sexualidade livremente é uma luta justa e incontestável. Quanto mais alto erguermos nossa voz e nosso descontentamento, mais olhos atrairemos para nossa causa. Exigir um Estado laico é mais que urgente, principalmente aqui em São Paulo, onde a Assembléia tem no saguão a imagem de Nossa Senhora.
Dykerama.com – E quando e como surgiu o desejo de começar a ser DJ? Onde você já tocou? Tem o sonho de tocar em algum lugar?
Nina: Trata-se de um sonho de adolescência e que ficou soterrado por muito tempo embaixo das responsabilidades e ocupações do dia-a-dia. Até que eu decidi que tinha chegado a hora, fiz um curso e estreei em Salvador, na Off Club, uma das boates mais importantes da cena gay baiana e onde volto a tocar em junho. Em São Paulo toquei no extinto Bardagrá, na Bubu Lounge e em festas privadas.
Dykerama.com – E o que podemos esperar do seu set na Caminhada?
Nina: Muita MPB mixada em um tributo às vozes femininas brasileiras. Acho legal todo mundo poder cantar junto e celebrar nossa visibilidade a plenos pulmões. Marina Lima, Ana Carolina, Danni Carlos, Rita Lee, Zélia Duncan e tantas outras serão minhas convidadas para alegrar a nossa festa.
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