A história de Junior Lisboa Gomes, de 19 anos, repercutiu depois que ele postou em sua página Facebook um desabafo sobre o que encontrou escrito na porta do seu apartamento, em Brasília.
"As frases são tão fortes que tive que apagar algumas de imediato, pois tenho até vergonha de mostrar", escreveu o estudante de Direito.
Os pichadores, um homem e uma mulher, não desconfiavam que Junior estava gravando um vídeo, também postado na internet (veja abaixo), no momento em que eles escreviam ofensas em sua porta.
"Fiquei assustado, com muito medo mesmo. Aí, por volta de 2h, mais ou menos, abri a porta com todo cuidado e li o que eles escreveram. Eu me senti muito mal, muito mal mesmo. Qualquer pessoa que subisse no prédio daria de cara com a minha porta. Todo mundo vai ficar vendo isso, rindo da minha cara. Com que cara vou olhar para eles?", declarou o estudante, que gravou o momento da pichação pelo olho mágico.
A porta do apartamento do estudante após a pichação
Palavras como "bicha", "viado" e diversas ameças foram escritas com canetas fluorecentes, usadas para escrever em CD. Além disso, o estudante relata que também passou a ter a porta chutada e esmurrada por amigos do vizinho.
"Eles esmurravam, gritavam 'sai daí, viadinho, que a gente vai te pegar e te mostrar o quanto é bom ser viadinho'. Teve um dia que estava chegando e dei de cara com eles. O vizinho me empurrou e me mandou ficar esperto, e o amigo dele me chutou", contou Junior.
O jovem, que está no Rio de Janeiro depois de negociar uma semana de folga no trabalho, disse que relatou o caso ao Disque 100, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.
"Não entendo o motivo de tanto ódio das pessoas. Sou tão quieto na minha, evito as vezes ate conversar para não ofender e nem criar inimizade, agora tenho vivido sendo ameaçado, sendo xingado e sendo rotulado por pessoas. É triste viver numa sociedade em que não estamos seguros nem dentro de nossa própria casa", desabafou o rapaz.
