Na sexta-feira (08/01) fui a pré-estreia do filme "Vício Frenético", do diretor alemão Werner Herzog. O papel principal pertence ao ator Nicolas Cage, onde interpreta um policial viciado em crack e cocaína.
Depois de "Despedida em Las Vegas" nunca mais tinha visto uma grande atuação de Cage, sempre mediana. Isso também se deu por que o ator não trabalhou em produções acertadas. Na maioria das vezes foi escalado para atuar em contos natalinos e filmes de costume. Enfim, porcarias.
Mas eis que ele volta com tudo. "Vício Frenético" é um filme para poucos. O diretor resolveu fazer uma obra explicita, na verdade, trata-se de um remake. Diz a lenda que o original é ainda mais forte. E são poucas as pessoas, acredito que têm estômago para ver as cenas do uso de crack e as paranóias conseqüentes.
Fora a questão das drogas que não é mero apetrecho do personagem, temos a construção desse ser. Nicolas Cage é a personificação do anti-heroi policial. Sim, anti herói.
Normalmente as obras norte-americanas retratam os policias como símbolo de sua sociedade. A ordem. Principalmente quando se trata de bombeiros, vide o péssimo "Torre Gêmeas" do Oliver Stone (de quem eu sou fã).
Mas como dizia, o personagem de Nicolas Cage vive esse paradoxo: dentro da corporação policial ele é exemplo, tem ótimo faro pra resolver os casos mais complexos e é condecorado a cada caso resolvido. Ao mesmo tempo leva uma vida errante de vícios e de companhias. Sempre metido em confusão. Ao mesmo tempo em que soluciona os casos de tráfico, ele vende informações aos traficantes.
No país da moralidade bélica, isso é bem irônico… Mas, quem disse que ele não é bom policial?