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Violência explícita x sexo explícito

Hoje eu me envolvi em duas discussões, ambas sobre o tema do título aí em cima. Discussão de debate, não de briga, bem entendido.

Uma com uma editora que há algum tempo atrás recusou o meu trabalho, pela temática homoerótica. Em contato pelo Facebook ela pedia opinião, não minha, mas genérica, sobre o novo site. Como não perco o bonde, aproveitei e mandei logo:

Não tenho visitado o site. Depois que vc recusou meu trabalho, sem nem mesmo ler, porque havia conteúdo homoerótico explicito, perdi um pouco a graça e me dei melhor com outras parcerias.

Ela resolveu devolver, o que foi ótimo, porque queria mesmo render:

Augusto, é uma questão de orientação de catálogo apenas, vc deve compreender isso. Abraço e sucesso!

Como a conversa estava se dando em bom nível, como na verdade permaneceu até o final, prossegui:

Eu compreendo, tanto que nem questionei. Porém não concordo, porque considero tabu essa questão de limitação quanto ao sexo. O autor pode escrever uma cena de um cara arrancando a cabeça de outro a dentadas, mas não pode relatar de forma explícita aquilo que homens fazem na vida real. Fazer sexo é igual almoçar, guardadas as devidas proporções.

O papo não parou aí, de novo ela:

Bem, eu me recuso terminantemente a publicar cenas de um cara arrancando a cabeça do outro a dentadas, rsrs.

Aí eu já achei que ela tinha pegado a parte pelo todo, e tentei retomar:

Bom, eu caprichei no exemplo né? rsrs Mas fato é que romances policiais, ou mesmo psicológicos, muitas vezes capricham na violência, e isso não é empecilho para sua publicação ou mesmo acesso a midia convencional. DOMINAÇÃO, o meu primeiro livro, tem violência, até porque trata desse fetiche. Agora, sei que a violência que ele contem não o limitaria em nada. O que pega é o sexo. Que tabu é esse não? As pessoas podem ver banhos de sangue, mas ver transa é indecente.

Infelizmente o papo parou aí, pelo menos até o momento que estou escrevendo. Acho que esse assunto dá muito pano pra manga. Não é incrível como uma coisa natural, que deveria ser como comer e dormir, é vista com tanta reserva? Se o autor pode descrever uma bela refeição, de forma que seus leitores visualizem e cheguem até a sentir os sabores imaginários, porque o mesmo não pode ser feito com uma bela trepada?

Violência explícita, ok. O autor pode sair na lista da Veja, pode ser entrevistado pelo Jô Soares, se bobear aparece até no Faustão. Sexo explícito? Já pro gueto sem vergonha!

Não que eu queira ir no Faustão heim gente, to fora.

Beijão!

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