A terceira edição da Virada Cultural foi sucesso de público (3 milhões, segundo nota divulgada pela assessoria do evento), mas o que me deixou feliz de verdade foi ver a quantidade de gays flanando pela cidade madrugada adentro e conferindo as dezenas de atrações, direcionadas ou não a nós.
Vi gays conferindo os eventos mais diversos, desde o show do Nação Zumbi até o desempenho das bandas de rock, no palco da Barão de Itapetininga. Aliás, durante a apresentação do Nação, fiquei de frente para um casal gay, que se aboletava em cima de um banco de concreto, onde, além de cantar e pular, eles se abraçavam, se beijavam, eram felizes.
Indo em direção a rua Vieira de Carvalho (um dos redutos gays de Sampa), cruzamos com outros casais homos (incluindo o William, nosso estagiário, e o maridão) e já na rua o clima era, como de costume, de simpatia. A música latina cantada a partir do palco, pelo cubado Fernando Ferrer, conferia um ar romântico a Vieira: casais rodopiavam pela pista montada sobre o asfalto (com direito a globo e piso quadriculado). Novamente, a presença dos gays era bem visível.
Depois de um tempo, resolvi passar pelas tendas de música eletrônica e descobri que a galera jovem e moderninha já tinha tomado conta delas. O som estava ótimo e as pessoas se divertiam muito (pelo menos, é o que me pareceu) e, mais uma vez, fiquei feliz em ver tantos gays curtindo uma festa popular, ombro a ombro com héteros, bis, trans, e tantas outras facetas da misteriosa sexualidade humana.
Violência? Só se for da truculenta polícia. São Paulo deu uma aula de respeito à diversidade, mesmo que por apenas 24 horas.