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Virada Cultural: Veja quem roubou a cena no mundo LGBT dentro do evento

A 7ª edição da Virada Cultural aconteceu em São Paulo no fim-de-semana, entre as 18h de sábado (16) e as 18h de domingo (17). Como A CAPA já havia adiantado, algumas atrações tinham tudo a ver com o universo gay/LGBT, e não decepcionaram. Ou quase.

Rita Lee abriu os trabalhos no Palco Júlio Prestes, às 18h do sábado. A Rainha do Rock, do alto de seus 63 anos, fez mais uma vez um show competente e vibrante, mostrando que continua boa de palco. Desfilou inúmeros hits – mesmo porque hits não faltam em seu repertório – e cativou a multidão que foi vê-la. Rita sempre foi uma defensora das causas gays e continua simpática à comunidade.

Algumas horas depois, no Largo do Arouche, casais gays – principalmente masculinos – circulavam livremente, aos beijos e abraços, e na sequência prestigiaram dois shows seguidos: Ritchie e Marina Lima.

O inglês Ritchie, também simpático ao mundo gay – afinal, é um ícone dos anos 80, devidamente resgatado pela festa Trash 80’s na década de 2000 -, fez um show interessante, brindando o público com seus hits: abriu com "Casanova" – tema de abertura da novela "Champagne" (83/84) -, e cantou ainda "A Mulher invisível", "Voo de Coração", "A Vida Tem Dessas Coisas" e "Pelo Interfone".

Fez ainda um cover dos Secos & Molhados – "Fala" -, outro de  Peter Gabriel – "Mercy Street", que o próprio Ritchie cantava no tema de abertura da minissérie "O Sorriso do Lagarto" (91) -, em homenagem à lua que brilhava no Arouche cantou a belíssima "Shy Moon" – de Caetano Veloso, gravada por Ritchie e Caetano em 84, e que era tema da novela "Um Sonho a Mais" (85) – e encerrou, claro, com seu maior hit: "Menina Veneno", que contagiou o Arouche inteiro – no chão e nas janelas e varandas dos prédios que circundam a região.

Então veio Marina. A cantora, ícone de gays e lésbicas – Marina sempre se declarou bissexual -, surgiu bela e jovial, com um look impressionante para uma mulher de 55 anos. Apesar de seus notórios problemas vocais – Marina enfrentou crises na voz ao longo dos últimos dez anos -, a cantora conseguiu entooar as canções.

Deve-se considerar que foi a primeira vez em muitos anos que ela se apresentou para uma multidão a céu aberto. Obviamente, Marina já vem cantando seus hits de forma modificada, já que não pode mais alcançar certos timbres. Ela também teve problemas técnicos durante o show, reclamando constantemente com a equipe de palco e chegando a interromper e recomeçar diversas músicas.

Ainda assim, o saldo final foi positivo e a cantora enfim conquistou o público com canções como "Fulgás" – que abriu o show -, "Pessoa" e "Uma Noite e Meia" – que fechou o show de forma apoteótica, cantada em coro pela multidão.

Mart’nália, filha do sambista Martinho da Vila e lésbica assumida, fez um show movimentado às 16h de domingo, no Palco República. A cantora cantou sambas e clássicos do repertório paterno, como "Mulheres". O público dançou de parzinho e um interessante número de bolachas compareceu.

E o grande show gay da Virada, se é que se pode chamar assim, foi da dupla Maria Alcina & Edy Star. A veterana cantora e o veterano popstar estrearam em plena Rua XV de Novembro, às 14h do domingo, o show "Salve o Prazer", com repertório do compositor Assis Valente (1911-1958), que se suicidou e que, segundo consta, era gay enrustido.

A dupla realizou um show hilário e perfeito. Apoiados na big band reunida para o show, os dois cantores deitaram e rolaram, vestindo diversas fantasias e adereços bizarros e circenses e divertindo a plateia com um show debochado e irreverente.

Plateia que, por sinal, estava eufórica e repleta de gays. O público dançou e cantou clássicos como "Brasil Pandeiro" e "Camisa Listrada", além de curtir pérolas obscuras como "Goodbye, Boy". O clímax foi o encerramento, com "Boas Festas (Anoiteceu)" – música natalina melancólica, mas que transformou o show, definitivamente, em um grande carnaval. Maria Alcina & Edy pretendem seguir com o show daqui para frente. Esperamos que sim, pois é um projeto imperdível.

E assim terminou mais uma Virada Cultural. Até o ano que vem!

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