No dia 24 de março, o Pride Center da Lehigh University promoveu um workshop de autodefesa voltado para a comunidade da universidade, onde estudantes, funcionários e professores puderam aprender técnicas essenciais para lidar com violência de gênero e sexualidade. O evento foi conduzido por Robin Gow, organizador do Queer and Trans Lehigh Valley, em parceria com educadores certificados da Rape, Abuse and Incest National Network, uma renomada organização de combate ao assédio sexual.
Durante a oficina, os participantes não apenas praticaram técnicas de autodefesa, mas também obtiveram informações sobre seus direitos e recursos disponíveis na comunidade. Scott Burden, diretor do Pride Center, ressaltou a importância de tornar o evento inclusivo para todas as identidades de gênero, uma vez que muitas aulas de autodefesa disponíveis não abordam as particularidades da comunidade LGBTQ+, frequentemente ignorando a relação entre sexualidade e violência.
Gow, que já treinou mais de 3.000 indivíduos na Pensilvânia sobre inclusão LGBTQ+ e justiça para pessoas com deficiência, destacou que pessoas que se identificam como queer ou transgênero enfrentam taxas de violência significativamente mais altas. Um estudo da Office of Survivor Support and Intimacy Education revelou que 44% das lésbicas e 61% das mulheres bissexuais já experimentaram assédio sexual, stalking ou violência por parceiro íntimo, em comparação a 35% das mulheres heterossexuais.
Durante o workshop, técnicas de desescalonamento foram discutidas, incluindo um método inovador chamado “fawn”, que encoraja a desescalada de situações de conflito por meio de comentários positivos ao agressor. Os participantes, como Amber Brose, assistente de pós-graduação do Pride Center, expressaram interesse em aplicar as técnicas aprendidas em conflitos futuros, com foco em abordagens não agressivas.
O evento também abordou a crescente preocupação com crimes de ódio contra indivíduos LGBTQ+, especialmente em um contexto político cada vez mais hostil. Brose enfatizou a importância de reconhecer essas experiências e oferecer apoio aos estudantes que estão em maior risco de vitimização.
Os participantes aprenderam sobre planejamento de segurança em eventos que envolvem consumo de álcool e a importância de estar acompanhado por amigos em situações de risco. O workshop concluiu com uma demonstração de autodefesa, onde os alunos praticaram como usar seu peso e altura a vantagem em cenários de ataque.
Niasha Gwin, uma das participantes, relatou que se sente mais confiante após o evento, sabendo que possui estratégias que não dependem apenas da força física. Gow finalizou o evento enfatizando que, embora a oficina fosse específica para a comunidade LGBTQ+, estava aberta a aliados e a todos que buscavam educação sobre segurança e proteção. “O principal é saber que você não está sozinho”, concluiu Gow, promovendo o fortalecimento de redes de segurança entre os participantes.
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