O jornalista Zeca Camargo – que por acaso tornou-se notícia hoje (1º) depois de sair do Vídeo Show, da TV Globo – escreveu em sua coluna no G1 sobre a injustiça que o cantor Mika sofre na indústria fonográfica e no Brasil.
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Para Zeca, o cantor – que é assumidamente bissexual – poderia tranquilamente ser definido como o novo Elton John devido às canções bem feitas. Mas não tem tanta sorte.
O jornalista inicia o texto "Quem liga para canções" falando sobre o show de Pharrel Williams e o público do Loolapalooza, que parecia pouco interessado em escutar as demais músicas do artista, além de Happy e Get Lucky.
"A atitude parecia ser: se não forem aqueles refrões (brilhantes) massacrados por execução pública, não vale a pena prestar atenção. (…) Num exercício de purificação, há meses tenho feito o possível para ter apenas um contato mínimo com o que passa por cultura pop no Brasil", escreveu.
Nesta busca, Zeca questiona não entender porque Mika não é um ícone da cultura pop no país. "Bem , porque, como a reação às músicas 'desconhecidas' de Pharrel deixaram bem claro, o mundo não precisa de alguém que companha boas canções – só de alguém que faça um refrão aprovado por algoritmos de refrões que já foram aprovados".
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Zeca frisa que Mika é injustiçado e cogita que a "sorte" e o "talento" parecem "não conversar". "Foi só quando ouvi Talk About You que me dei conta de que, pelo número de canções bem feitas que ele já nos apresentou, a única comparação possível na história do pop é com Elton John – que, aparentemente é seu fã. Mas quem precisa de um Elton John hoje? O dom de compor músicas? Que bobagem…".
Nas últimas linhas, ele diz que sabe que os tempos são outros. "Mas deixo hoje aqui meu lamento sobre a falta de atenção de toda uma geração – e a indústria pop que a alimenta – para o que é realmente bom: a capacidade de um artista fazer música bem feita". Então tá!
Escute a música: