in

Zona franca do preconceito?

 

Ai, beesha… Lembra deste vídeo?? Foi babado a Regina Duarte fazendo propaganda pro Serra, dizendo que tinha medo do Lula ganhar as eleições e não conseguir segurar a onda com a política internacional, de fazer voltar a inflação desenfreada e todos os outro blá, blá, blás…

Mas posso dizer? Hoje, faço das palavras dela as minhas: "Eu tô com medo!!!"
 
Não, não, meu medo não é do Lula nem da presidente Dilma e tampouco da Regininha. Estou com medo é do que estão decidindo Marta Suplicy (PT-SP), Marcelo Crivella (PRB-RJ) e Demóstenes Torres (DEM-GO) acerca do PLC 122. De verdade, tenho receios e sérios receios sobre essas alterações de textos ou novas propostas que pretendem acabar com o projeto que criminaliza a homofobia. Sobretudo porque ninguém é consultado…
 
Para alegar que estão consultando a sociedade civil, dizem que o novo texto será divulgado após a aprovação do presidente da ABGLT, Toni Reis. Eu particularmente não tenho nada contra o Toni, pelo contrário. Mas fico realmente receoso da consulta se encerrar aí. Afinal, somos milhões neste país e acho pouco interessante o nosso futuro ser assim decidido numa mesa com pouco mais de cinco pessoas.
 
Tenho medo, sobretudo porque a bancada evangélica no governo tem crescido assustadoramente e, mona, não duvido que daqui um tempo não voltemos a viver numa teocracia.
 
Com base na alegação de "liberdade de expressão", os religiosos pressionam no sentido de que a PLC 122 encerra com este direito garantido na Constituição. No entanto, parece que é só no caso de atacar os homossexuais, em seus discursos religiosos, que eles fazem questão desta tal liberdade de expressão. Afinal de contas, porque o mesmo não é pleiteado em relação à raça, por exemplo? Ou origem das pessoas? Ou ainda condição social???
 
Uma vez vi o Silas Malafaia, pastor da Assembleia de Deus, dizendo que a questão da homossexualidade é uma questão comportamental e, da mesma forma que o comportamento religioso, o sexual também pode ser criticado. Até nem sou contra que alguém ache que minha forma de amar seja errada (todos têm o direito de pensar o que quiser). Daí a agir com preconceito e incentivar o ódio é outra coisa. E francamente, o que mais se vê nestes discursos pseudoreligiosos é o incentivo ao ódio aos homossexuais que se transformará, por consequência, em atos de preconceito, intolerância e violência.
 
Em entrevista ao SBT Repórter, um desses carecas do ABC disse: "Não vem nada de bom desses homossexuais não. Eles querem acabar com a família… Eles não têm Deus não". Daí me pergunto: de onde vem essas ideias todas, senão de um altar de um padre ou de um pastor??? Tá mais do que provado que conceitos como o machismo, por exemplo, são alimentados por conceitos judaico-cristãos, presentes na sociedade ocidental… Afinal, a mulher deve ser submissa, não é mesmo pastor???
 
Ah, sim!!! Outra coisa a se avaliar é que, diferente da religião, a sexualidade não é uma escolha. Aliás, nenhuma ciência tem uma teoria acertada e finalizada sobre a sexualidade humana. Mas o que se pode garantir é que não é uma escolha. No entanto, ainda que fosse uma escolha (como é a religião), o Estado tem o dever de amparar e proteger legalmente as pessoas que não estão enquadradas na maioria. Se a escolha religiosa é garantida pela Constituição, porque a sexualidade (que também é uma garantia da condição humana) não é amparada legalmente pelo Estado?
 
Sinceramente tenho medo desses acordos políticos…
 
No entanto, afirmo: Se Marta e os demais envolvidos na questão aprovarem que dentro das igrejas o preconceito pode continuar, em prol da "liberdade de expressão", então toda a luta está sendo jogada no lixo. Estaremos criando uma zona franca do preconceito e continuaremos a viver sob os ditames de uma nada camuflada teocracia.
 
Fiquemos de olho…
 
Tá dado o recado…
 
Beijo, beijo, beijo… Fui…

“Programa da Silvetty”: Léo Áquilla em grande estilo no programa de hoje

Mellane de Dosson, de Vitória da Conquista, é a nova Miss Bahia Gay