in

12ª Parada GLBT de SP reúne 3,4 milhões de pessoas

A Associação da Parada do Orgulho GLBT de São Paulo (APOGLBT) acaba de divulgar em seu site que cerca de 3,4 milhões de pessoas participaram da 12a. Parada do Orgulho GLBT realizada no último domingo (25) – número menor que em 2007, quando 3,5 milhões estiveram na Paulista.

Segundo o coordenador geral do Mês do Orgulho GLBT de São Paulo, Manoel Zanini, foi utilizada tecnologia própria de medição. Em nota, a APOGLBT explica que “o cálculo foi feito levando em consideração a movimentação e fluxo de pessoas compreendendo todo o período da manifestação”.

“Foram 3,5 km de extensão do percurso, ocupados por uma população flutuante durante o período de sete horas. O cálculo considerou, também, o acúmulo de público externo ao percurso”, destaca a Associação.

No final da tarde do domingo, a organização da Parada havia falado em 5 milhões de pessoas na avenida Paulista, o que a levou a corrigir mais tarde a informação. No mesmo dia, a assessoria da PM informou que não divulgaria números, sem justificar os motivos.

Leia abaixo a nota na íntegra:

“A diretoria da APOGLBT informa que, por meio de cálculo específico, considerando ferramentas diversas de medição de público, chegou ao número de 3.400.000 pessoas participando da 12a. Parada, neste domingo (25). O cálculo foi feito levando em consideração a movimentação e fluxo de pessoas compreendendo todo o período da manifestação.

Foram 3,5 km de extensão do percurso, ocupados por uma população flutuante durante o período de sete horas. O cálculo considerou, também, o acúmulo de público externo ao percurso.

Conforme relatos e fotografias, notou-se um número maior de pessoas acompanhando a Parada, e caminhando ao longo do percurso, em relação àqueles que ficavam parados a assistindo. Às 16h, quando a marcha de trios já estava bem adiantada, era impressionante o público que se estendia ao longo da Av. Paulista atrás do último trio. Havia, em muito, ultrapassado a Av. Brigadeiro Luis Antônio.

As exigências de horários do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), acertadas junto ao Ministério Público Estadual, foram totalmente cumpridas, com apenas um pequeno atraso do último trio, que cruzou a esquina da Av. Paulista com a Rua da Consolação 37 minutos após o prazo, que seria às 16 horas. Em compensação, este mesmo trio cruzou a praça Roosevelt por volta das 18h30, 30 minutos antes do prazo máximo.

A densa adesão do público criou um longo corredor, que caminhava da Av. Paulista à Praça Roosevelt pelas pistas paralelas ao trajeto. Contribuiu para a organização da marcha a decisão da coordenação de arquitetura de dividir em dois trajetos a saída dos trios, permitindo não haver uma concentração de público na altura da Praça Roosevelt, que, em anos anteriores, dificultava a passagem dos trios.

Avaliação política

Consideramos extremamente positivo o forte interesse dos meios de comunicação pela questão levantada, tanto pelos crimes de homofobia, quanto pelo debate da necessidade de um Estado laico. O estímulo ao questionamento do objetivo da Parada, também alimentou seu caráter político. Para além dos textos sobre números e retorno financeiro do público GLBT, muito se falou sobre as demandas desse segmento social.

Muito contribuiu a utilização da música GLBTema, que não deixou esquecer o motivo de ali estar. Cumprimentamos a sensibilidade e a criatividade de seus autores.

Equivocaram-se os que pensaram poder festejar que a “Homofobia Mata!”. Não há beleza e glamour na crua realidade das vítimas. A festa, tão invocada por vários setores, é um desprezo dos que podem se proteger em barricadas de espaços exclusivos para com os que vivem a perda de familiares e amigos. É também uma falta de compreensão daqueles que não perceberam o sentido político e inclusivo da manifestação e se esforçam em descaracterizá-lo. A Parada é contra tal alienação, e seu público, em larga medida, correspondeu à preocupação com o tema.

Afirmamos que os espaços para festa e comemoração são a Feira Cultural e o Gay Day, como tantos outros eventos paralelos. A Parada continuará sendo nosso maior evento de visibilidade da população GLBT e de suas demandas públicas, sem perder a alegria, a ternura e o senso de humor característico. Consideramos o objetivo político da Parada, em 2008, plenamente cumprido, seja pelo modo como o tema foi exposto, seja pelo formato da manifestação. O debate evidenciado na sociedade comprova este sucesso.

Agradecimentos

A APOGLBT aproveita a oportunidade para agradecer o apoio de voluntários, colaboradores, parceiros e financiadores. Todos contribuíram para que a população acompanhasse com tranqüilidade nossas atividades de lazer, culturais, festivas, intelectuais e políticas. Contribuíram também para que as atividades cumprissem seu papel de diálogo com a sociedade sobre as demandas de GLBT.

Temos agradecimentos especiais aos patrocinadores Petrobras e Caixa Econômica Federal por, conosco, reafirmarem suas políticas de investimento social. Esperamos que possam servir de exemplo a muitos empresários do setor privado.

Também agradecemos a Prefeitura de São Paulo e o Ministério do Turismo, por, mais uma vez, reafirmarem sua intenção de criar uma imagem anti-homofóbica da cidade de São Paulo e do Brasil.

Louvamos a preocupação do sr. prefeito Gilberto Kassab, que fez questão de passar em revista a estrutura de apoio de segurança e atendimento, e também a presença entusiasmada da ministra Marta Suplicy, defendendo a campanha por um Brasil da Diversidade.

O trabalho conjunto permanente com a Policia Militar, que coordenou o plano de segurança e atendimento médico, e seus envolvidos, foi responsável pelas condições melhores para flagrante e registro de ocorrências de violência e pelo pronto atendimento médico. As diversas manifestações referindo-se à estrutura de segurança e saúde comprovam o sucesso desse esforço.

Muito nos honram os parlamentares que se pronunciaram em defesa da aprovação da Lei 122/2006 e do Estado laico.

Nosso carinho aos voluntários e coordenadores, que nos acompanharam no dia-a-dia dos atropelos com paciência e entusiasmo militante.

Agradecemos a presença de entidades sociais que se fizeram representar nos trios, direcionando-se para seus públicos, através dos mais diversos estilos e ritmos, reafirmando o caráter inclusivo da Parada também no tema de suas bandeiras. Souberam valorizar a diversidade e evitaram a pasteurização de uma Parada que deve acolher a todos.”

Igreja promove primeiro casamento gay coletivo do Brasil

O DJ e produtor Junior Dub lança nesta sexta-feira novo EP