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“Magic Mike XXL” traz referências gays e prova que strip-tease pode, sim, ser arte

Quando convidei alguns amigos para assistirem a sequência de Magic Mike, muitos minimizaram: "Ok, um filme sem história que vai mostrar um monte de homem hétero tirando a roupa para mulher hétero, e ganhar a bilheteria dos gays? Não, obrigado". Mas disposto a ver os olhos azuis do assumidíssimo Matt Bomer fui mesmo assim e tive boas surpresas.

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Tudo bem que o filme realmente não tem uma grande e excelente história – ele fala sobre a última apresentação de um grupo de strippers aposentados e é isso – mas traz nesta sequência algumas referências gays e a prova de que o strip-tease pode, sim, ser arte.

Talvez, para os amigos gays a quem convidei, a referência de strip-tease seja a dos gogos brasileiros. Nas casas noturnas gays e saunas para o grupo, eles dançam à sua maneira, com uma música escolhida aleatoriamente pelo DJ, tiram as sungas, escondem o "documento" e "vão embora". Apesar dos corpões, muita gente considera a apresentação mecânica, robótica, desanimadas e até sem graça.

Este dilema também aparece no filme em outras proporções. O stripper Magic Mike, que é interpretado por Channing Tatum, está cansado da repetição de performances e quer fechar a carreira com chave-de-ouro. Ele convence os colegas de elenco a abandonarem os velhos números, se reinventarem e encararem a profissão com paixão. Nem todos aceitam desafio, mas aos poucos começam a enxergar o trabalho como uma oportunidade para dançarem aquilo que gostam.

E, ao se divertirem, ensaiarem e se empenharem, fazem arte e arrasam na performance.

O big dick Richie, interpretado pelo boy magia Joe Manganiello, é um dos que relutam a mudança. Após ser convencido a deixar de ser o personagem "bombeiro" da trupe, ele protagoniza uma das cenas mais divertidas: sensualiza "sem medo de ser feliz" para uma mulher mal humorada de uma lanchonete ao som de Backstreet Boys, a quem quer tirar um sorriso.

Depois, durante a performance final, decide ser um noivo apaixonado e sexy, casa-se com uma fã e a leva para um equipamento fetichista em cima do palco à lá "Cinquenta Tons de Cinza". Vergonha alheia à parte, houve quem aplaudisse no cinema a inusitada e quente performance.

Música, figurino, história, coreografia… Tudo é pensado para o espetáculo pelos strippers. Ao fim, o público acaba esperando e se surprendendo com cada performance – pois é somente elas que realmente importam. Cada uma é inspirada na personalidade dos próprios personagens, tem o toque de criatividade e provocam surpresa. Destaque para o embate entre Malik e Mike, que realmente encerra com chave-de-ouro e paixão – exatamente como ele queria. 

REFERÊNCIAS GAYS E BOFES

Dirigido por Gregory Jacobs, o longa é focado para mulheres héteros (e trabalha com discursos para fazê-las se sentirem rainhas), mas desta vez não rejeitou a repercussão entre os gays. Tanto que, fora das telonas, chegaram até a levar os atores para a Parada do Orgulho LGBT de Los Angeles e divulgar a produção em junho deste ano.

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Para atrair a comunidade LGBT, foram incluídos no filme uma casa noturna gay no caminho dos gatos, uma drag queen promovendo um concurso de vogue e os fortões dançando e arrasando. Além de se inspirarem em "Priscilla- a Rainha do Deserto" para levarem os bonitões dentro de um ônibus. Em uma das cenas, ao paquerar uma mulher, Mike também brinca dizendo ser uma drag queen.

Abdomens, coxas, homens rebolando aparecem aos montes "para a nooosa alegria"…

O assumidíssimo Bomer está literalmente lindo e fofo na pele do heterossexual Ken. Durante uma visita a um grupo de mulheres maduras, ele chega a deixar uma molhadinha ao cantar – isso mesmo, cantar! – Heave, de Bryan Adams. E volta a soltar o gogó em sua apresentação oficial e exibir o corpo absolutamente em dia.

E por falar em corpo, há homens saradões de (quase) todos os tipos e para (quase) todos os gostos. Maduro saradão como Tarzan (Kevin Nash), latino sarado como Tito (Adam Rodriguez), loiro saradão como Mike, saradão magia como Big Dick (sim, o nome é porque o stripper teria um pênis descomunal), saradão negro como Malik (Stephen Boss). 

Portanto, para assistir ao filme e ficar 1h55 na poltrona, há de se gostar muuuuito de homem e, claro, de suas dancinhas. Que também sirvam de referência aos brazucas e empresários do entretenimento gay…

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