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Família…

Minha mãe está aprendendo a entrar na internet, mandar e-mails, utilizar editores de textos, etc. Com o final de ano se aproximando, tios e tias, primos e primas já estão combinando a festa do reveillon e tudo por e-mail. Eu, com meu velho e chato costume de me achar um ET no meio da família, escrevi para minha mãe dizendo que não participaria de tais eventos.

Recebi como resposta o e-mail mais emocionante e inesperado da minha vida… Ela dizia que a família de duas tias minhas já haviam conversado sobre isso e que eu e minha mulher seríamos super bem recebidas pela maioria, que não haveria constrangimento algum, entre outras coisas. Senti um carinho muito grande por parte da minha mãe naquelas linhas e tive que segurar-me para não derramar várias lágrimas onde trabalho. Pensei na sorte que tive por nascer naquela família, em tantas coisas que passamos juntos, tantas mudanças inesperadas e no amor que se mostrou muito mais forte do que eu podia esperar.

Soube de casos em que, ao contar para a família, a pessoa ficou presa em casa, sem poder falar com amigos, sem internet, sem nada. Algumas apanham, outras presenciam verdadeiros shows de chantagem emocional, com direito a ataques cardíacos, muita pressão arterial alta, choros compulsivos e tudo mais.
Fico aqui torcendo e mandando boas vibrações para que famílias não tão compreensivas passem a sentir mais esse amor verdadeiro, que supera qualquer tipo de preconceitos. Que os pais parem com o velho discurso de pseudo-aceitação: “Mãe (ou pai) alguma deseja que seu filho ou filha seja homossexual, então é natural que eu sofra por saber que minha filha enfrentará discriminação.” Quero mais é ver todos os pais e mães dizendo que não tem nada demais em ser hétero ou homossexual, que só sofrerá aquele que não aceitar ser o que é de fato.

Sejamos otimistas, pois sem isso nada mudará.

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3º capítulo: Conhecendo Edu