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A vergonha e o jogo linguístico da política

A vergonha


Significação à palavra Vergonha no dicionário Aurélio:
1. Desonra humilhante; opróbrio, ignomínia.
2. Sentimento penoso de desonra, humilhação ou rebaixamento diante de outrem.
3. Sentimento de insegurança provocado pelo medo do ridículo, por escrúpulos, etc.; timidez, acanhamento.

Pois bem, foi com muita honra a sua história política e de primeira mulher e retirante nordestina e ex-prefeita de São Paulo durante os anos 80 pelo Partido dos Trabalhadores que a deputada Federal Luiza Erundina renunciou ao cargo de vice-prefeita na chapa de Fernando Haddad, pois, seria uma "desonra humilhante" a sua história dividir palanque com Paulo Maluf, filho da ditadura e ex-governador biônico.
Erundina esfregou na cara do ex-presidente Lula e de outros que nem tudo gira em torno da publicidade e dos meios. E que nem todos estão dispostos a se rebaixar diante de outrem para atingir uma meta.

O jogo linguístico
O fator Erundina chama atenção por conta de duas coisas, primeiro:

motivou a militância a sair em defesa da candidatura petista; em tempo recorde motivou a mesma a pegar as suas já emboloradas bandeiras e guardá-las. Porém, choca o contorcionismo linguístico de líderes para justificar o bizarro.  O melhor que deveriam fazer é se aquietar no silêncio.

O presidente nacional do PT, Rui Falcão, ao tentar amenizar a saída de Erundina, declarou que o PP tem muito a ajudar na questão do "transporte, da saúde e da educação".

A água de casa deve estar com algum tipo de substância desconhecida…

Será que Rui Falcão está se referindo a privatização da saúde municipal de São Paulo que deu no malfadado PAS?

Será que ele se refere às escolas de latas?

E sobre os transportes, como não anda de ônibus, será que ele lembra como eram os ônibus na época de Maluf/ Pitta onde apenas dois empresários tomavam conta do transporte paulistano?

Até o peleguismo tem limite.

Choca mais ainda ver militantes de base saírem em defesa de sujeitos que vivem emaranhados em carros escuros e em salas congeladas.

Dizem que quem perde é o PP, pois, assim o PT neutraliza o "centro" para derrotar a "direita" e que São Paulo é central para o jogo.
Se Paulo Maluf e o seu Partido Progressista não representam a direita mais atrasada da política brasileira…

Vou ali tomar um gole de cianureto.

E nem adianta comparar o cenário nacional com a localidade paulistana. Os jogos são diferentes.

Maluf está rindo até agora…

A falta de vergonha
O ex-presidente Lula tem tudo pra encerrar a sua história com chave de ouro, mas não, escolheu outro caminho. E olha só, sou daqueles que esteve na Avenida Paulista em 2002 para comemorar a sua vitória à presidência da república.

Se a escolha de Fernando Haddad era para traçar o "novo" para o jogo político paulistano, Lula deve achar que o eleitorado da cidade de São Paulo, como um todo, é um bando de acéfalos e que já se esqueceu de Maluf. Portanto, todo o argumento em torno do "novo" para a escolha de Haddad se revela vazio e carente de sustentação.

Lula esquece que tem pela frente adversários do porte como Carlos Gianazzi (PSOL), Soninha (PPS) e Gabriel Chalita (PMDB). Subestima a capacidade destes candidatos para com um eleitorado novo (18 a 25 anos) que está inclinado a escolher uma personagem para além de PSDB e PT.

Sem vergonha alguma foi ao jardim da casa de Maluf abraçá-lo, pensando que ninguém mais se lembra de Maluf.
 O malufismo morreu, o seu valor simbólico não.

Se falta vergonha e estômago ao ex-presidente e aos dirigentes do PT, hoje parte da militância e do eleitorado paulistano amanheceu com uma tremenda gastrite.

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