E a cidade de São Paulo foi mais uma vez palco de uma agressão covarde e homofóbica. Marcos Villa e seu namorado foram espancados por dois rapazes na região da Avenida Paulista. Toda a confusão começou dentro do Sonique Bar (que está ajudando a DECRADI nas investigações), quando os agressores começaram a provocar as amigas do casal, que tomou as dores e foi tirar satisfação. Fora do bar, foram perseguidos e violentamente agredidos. Mais detalhes sobre o caso aqui. E sobre todas as outras agressões ocorridas em SP, aqui.
Mas por que a cidade de São Paulo, que tem a maior parada gay do mundo, está mais para capital do obscurantismo do que para cidade da diversidade cultural? A resposta é bem simples: o fundamentalismo religioso, a partir do seu aparato midiático, consegue e está conseguindo fazer valer a ideia de que a comunidade LGBT deseja privilégios e de que a lei que visa criminalizar a homofobia é uma mordaça gay.
E já que falamos da cidade de São Paulo, outro grande culpado é o vereador Carlos Apolinário (DEM), que desde que conseguiu aprovar a sua lei do orgulho heterossexual (vetada pelo prefeito Kassab) fez com que grupos fascistas fossem as ruas declarar o seu apoio a ideia higienista e sexista do vereador. Se na campana presidencial a caixa de pandora foi aberta e todas as formas de preconceitos machistas vieram à tona, Carlos Apolinário chutou a caixa e validou toda a forma de ato violento fomentado pela homofobia.
Também não podemos esquecer da bancada fundamentalista no Congresso Nacional que já conseguiu derrubar o Kit Escola Sem Homofobia e até hoje tem conseguido enterrar o projeto de lei que visa tornar a homofobia crime em todo o território brasileiro. Esta bancada, que de religiosa não tem nada, não tem apenas as mãos sujas de sangue, mas estão todos eles afogados numa poça de sangue que aumenta a cada dia que passa.
Por conta da atitude dos setores fundamentalistas, leia-se aqui setores da igreja católica e das pentecostais, mais jovens gays irão morrer e seus assassinos seguirão impunes. Por conta do discurso de ódio que certos pastores e líderes políticos/ religiosos proferem cotidianamente os homofóbicos continuam a solta e rindo da cara daqueles que são agredidos. E é por conta destes pastores, senadores, deputados e vereadores fundamentalistas que jovens como Alexandre Ivo, que foi assassinado por motivos de intolerância aos 14 anos e seus assassinos seguem impune e caminhando a luz do dia, continuarão a morrer e as suas mães a chorar.