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A sensação de ser gongado

Uma câmera na mão, nenhuma ideia na cabeça. Só a vontade de fazer um vídeo para o Show do Gongo. Desde que fui pela primeira vez há 3 anos ao evento apresentado por Marisa Orth eu queria, precisava participar.

Este ano finalmente foi possível. Inscrevi ontem mesmo um curta realizado na noite de segunda junto com o amigo e ex-estagiário deste site Thiago Tomaz. Sem dinheiro, sem roteiro, a ideia só surgiu depois de umas duas horas em que nos encontramos em uma estação de metrô.

Ele foi comer e, enquanto isso, pensávamos em como viabilizar a produção. Precisávamos de espaço e mais um terceiro elemento pra auxiliar. Até pensamos em chamar outras pessoas pra ajudar na filmagem. Mas a pagação de mico era nossa, a produção também tinha que ser.

Filmamos no Brás. A história seria uma piadinha clássica já no mundo gay. O bofe e a bicha se cruzam, vão para os finalmentes e quem faz o ativo é a bee. Tentamos sugerir isso da melhor maneira possível. Voltamos pro metrô e fomos gravar no Brás. Já passavam das 22h. Terminamos quase uma hora e meia depois.

Ao chegar em casa começou a edição, que nem demorou tanto. Mostrei pra Di, que curtiu. O bafo foi passar pro DVD. Fui dormir às 4h da manhã. Gravei 3 cópias para garantir. Quando cheguei na redação mostrei o vídeo pros meninos. Todos gostaram, disseram que tinha potencial. Erik disse que estava um pouco longo para o Show do Gongo, mas àquela altura do campeonato não tinha mais o que fazer. Finalizado estava e assim ficou.

Na parte da tarde fui inscrever o vídeo lá no Espaço Unibanco. Vi que André Machado, o vencedor do ano passado, tinha se inscrito. Pelos meus cálculos deveria ser o 13º or something a ter apresentado o vídeo. Fui o 15º, coisa que só descobri depois. Pra comemorar nossa premente vitória fomos tomar cerveja no bar d’A Lôca. Com isso, chegamos ao Gongo às 23h, o festival já iniciado, quatro filmes já tinham passado.

A cada curta que passava ou que era gongado a aflição aumentava. Marisa dizia coisas ótimas, perguntando o que se passava na cabeça das pessoas. Então ela anuncia "O segredo do banheirão". Frio na barriga, medo, tensão, suor. Ia começar e… deu pau. Não rolou a imagem. Só a trilha sonora, Celebration, da Madonna, diga-se. Pediram pra gongar. A Marisa fez voltar.

Demorou um pouco. A Piu Piu foi ao banheiro. Thiago e eu queríamos sumir. Aí apareceram as imagens… Sem som. Estava no mute. Tralala o tempo passa, o vídeo passa, com comentários espirituosos de Marisa Orth. Ela disse que o Thi era um péssimo ator. Mas eu desconcordo, ele é UMA EXCELENTE ATRIZ.  A princípio o filme foi bem aceito, mas passado pouco mais de um minuto vieram os gritos. "Gonga, gonga". E nem eram muitos gritos. Assim tivemos o mesmo destino de outros nove concorrentes. Fomos solene e literalmente gongados.

O vídeo que ganhou "Furico li Furico lá" era bom, mereceu. Brincava com o fato das bichas enfiarem coisas no cu. Mas valeu a tentativa. Como dizem, o importante é participar. Agora a gente consegue ver vários defeitos no filme, mas é aquela história, estávamos em dois, era o que tinha. E mais, nem todo filme consegue ser como gostaria.

O final de tudo foi bom. Os comentários dos amigos presentes que ficaram curiosos para descobrir como terminava o filme foram fofos. Todo mundo pedindo o para mandarmos o link do YouTube. Já disponibilizamos. Veja abaixo. Assistam, comentem, votem, retuitem, gonguem. Ano que vem a gente tenta de novo, né Thi?

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