Um relacionamento gay na internet pode ter sido a causa do assassinato do estudante Douglas Vasconcelos, ocorrido em setembro do ano passado em Maceió.
A conclusão é de peritos da polícia, que ontem (29) entregaram ao delegado responsável pelo caso, Flávio Saraiva, o laudo técnico do notebook da vítima e do computador do acusado pelo crime, o também estudante José Carlos Júnior, comprovando que os dois mantinham uma relação e que o acusado mentiu à polícia em depoimento, apresentando um álibi falso.
O álibi de Júnior era de que ele havia lavado seu carro apenas na terça-feira (o crime ocorreu no domingo), versão desmentida pelo depoimento de Lucy Athaide, amiga da vítima, que afirmou ter falado com a mãe do acusado, que dissera que Júnior havia levado o carro a um lava-jato na segunda.
“Come se vê, o Júnior entrou em contradições no momento em que dissera na polícia que havia levado o carro ao lava-jato na terça-feira e não na segunda como sua mãe confirmou a Lucy Athaide, que nós já ouvimos”, disse o delegado.
Segundo as novas informações apresentadas, Douglas usava como senha do seu notebook o número do celular de Júnior, o que confirma a ligação entre os dois. Em uma conversa virtual extraída do computador da vítima, ele afirmou a uma amiga que mantinha um caso com Júnior desde 2002 e que sua namorada estava desconfiada.
Douglas disse também que estava com um novo relacionamento, agora virtual, com Marcelo Silvestre, baiano que mora em Ipatinga, Minas Gerais, com o qual a vítima teria combinado de assistir a um show de Ivete Sangalo, no dia de seu desaparecimento.
Ainda de acordo com as informações obtidas nos computadores de Douglas e Júnior, o acusado teria desconfiado de que Douglas estava se relacionando com Marcelo e começou a conversar com o baiano se passando por Douglas.
Lucy Athaide afirmou que a vítima iria ao show da Ivete com Júnior e que tentou ligar várias vezes para a vítima, mas sem sucesso.
A polícia ainda não sabe se Marcelo Silvestre também foi alvo de uma trama assassina arquitetada por Júnior.
“Vamos tentar localizá-lo, para que possamos saber desse nível de relacionamento e ele poderá ser mais uma testemunha a depor sobre o caso. Já sabemos que ele reside no município de Ipatinga. Vamos solicitar o apoio da polícia local para interrogá-lo e desvendar todo esse mistério que cerca o assassinato do universitário Douglas Vasconcelos”, salientou Flávio Saraiva.