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Além do “beijo gay”, saiba quais outros temas foram tabus na história da TV brasileira


 

Não é somente o beijo entre pessoas do mesmo sexo que causou polêmica na televisão brasileira. Ao longo da história, vários temas e cenas já sofreram com o conservadorismo, moralismo e falácias envolvendo os "bons costumes".

O A CAPA fez uma pesquisa baseada no livro Almanaque da TV, de Bia Braune e Rixa, e selecionou alguns dos mais inusitados e ridículos momentos de comoção popular e censura. Teve até incômodo com a nudez de índios! 

Confira 10 temas que foram tabus na televisão brasileira:

– O beijo entre héteros

Sim, já existiu um dia em que acharam um absurdo a exibição de um beijo entre pessoas de sexo diferentes. Em 1951, durante a primeira telenovela brasileira, Sua Vida me Pertence, os atores Vida Alves e Walter Forsters escandalizaram o público conservador com um ligeiro toque nos lábios. Detalhe: com a boca fechada.

– O filho da freira

A novela O Direito de Nascer, em 1965, causou polêmica porque Helena (Nathália Timberg, vejam só quem) era mãe e freira. O juiz Cavalcanti Gusmão determinou que a novela só fosse atrasada e exibida só após às 23h.

– A nudez do índio

No início dos anos 50, o programa Repórter Esse exibiu uma reportagem sobre índios e os mostrou como vivem: nus. Foi motivo suficiente para uma associação de senhoras, horrorizadas com a nudez frontal, reclamou com a Tupi. A imagem foi evitada por muitos e muitos anos.

– O Viúvo Bígamo

A novela Selva de Pedra, de 1972, também foi alvo de censura. Tudo porque o mocinho Cristiano (Francisco Cuoco), que até então achava que estava viúvo, pois sua esposa havia morrido em um acidente de carro, iria se casar com outra mulher. Os censores, que sabiam que ela havia sobrevivido e estava desaparecida no folhetim, encarou como um grave atentado à moral e aos bons costumes.

– Mulher quer dois companheiros

Uma matéria entre um homem impotente que autorizava a mulher a se satisfazer com um amigo causou o maior bafafá no programa de Flávio Cavalcanti. Além de a modernidade da relação chocar quem assistia, o apresentador foi suspenso por 60 dias.

– Eutanásia

Não que este seja um assunto que deixou de ser polêmico, mas em 1979 a novela Os Gigantes, da TV Globo, abordou o tema e chocou. A a personagem Paloma (Dina Staf) vivia o dilema de desligar ou não o aparelho do irmão, que estava sofrendo. O público se escandalizou quando ela, além de desligar o aparelho, também cometeu suicídio.

– Gravidez sem casamento

Uma gravidez foi interrompida pelos censores de 1978 na novela Gina, da TV Globo. Tudo porque a personagem Zelinda (Fátima Freire) seria uma mãe solteira. Ela só voltou a engravidar e teve finalmente o direito de ser mãe depois que se casou com Afonso (Diogo Vilela).

– Bunda de homem não pode

Em 1987, a novela Brega e Chique trouxe o primeiro bumbum de homem em sua abertura. A cena tinha 2 segundos, tempo suficiente para que os telespectadores ficassem indignados. A emissora, então, colocou uma folha de parreira sobre a região glútea de Vinicius Manne. Evoluímos? Que nada! Recentemente, a Globo vetou bumbuns masculinos depois da repercussão da bunda de Thiago Fragoso em "O Astro".

– Não pode palavrão

Em 1978, a tradutora Ana Maria Guariglia não publicava palavrões, palavras sobre sexualidade e drogas nos filmes. Uma cena em que uma personagem dizia "sou lésbica" foi mudada para "sou uma mulher diferente". Já "entorpecentes" virou "vitamina". Que "fezes", né?

– Processo a Sófocles

Essa é para finalizar em grande estilo. Nos anos 60, a censura intimou Sófocles a discutir o texto que ele escreveu e que foi utilizado no teleteatro da TV de Vanguarda, na Tupi. Só esqueceram que o grego morreu em 406 antes de Cristo e que, portanto, não poderia ir à audiência.

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