Na última terça-feira, 7 de janeiro de 2025, a Meta, empresa controladora do Facebook, Instagram e WhatsApp, anunciou mudanças significativas em suas políticas de moderação de conteúdo nos Estados Unidos, alinhando-se ao governo do novo presidente, Donald Trump. Essas alterações têm gerado grande preocupação, especialmente entre as comunidades LGBT e de direitos humanos, uma vez que agora se permite a veiculação de insultos homofóbicos, misóginos e xenofóbicos nas plataformas. A Meta revisou seus critérios de remoção de conteúdos, dando liberdade para que comportamentos de ódio sejam expressos, especialmente em discussões relacionadas a imigração, homossexualidade e direitos de gênero.
O novo texto da Meta afirma que insultos e pedidos de exclusão de grupos podem ser feitos em contextos de debates políticos ou religiosos. Isso é alarmante, pois transforma a plataforma em um espaço onde a violência verbal é legitimada, especialmente contra mulheres e membros da comunidade LGBT. A professora Ana Regina Rego, da Universidade Federal do Piauí, classificou essas mudanças como um retrocesso no combate ao discurso de ódio, alertando que essa violência digital pode se traduzir em ações físicas no mundo real.
Além disso, a Meta agora permite associar a homossexualidade e a transsexualidade a doenças mentais, uma medida que poderia reforçar preconceitos e discriminações já existentes. A nova política substitui a expressão ‘discurso de ódio’ por ‘conduta odiosa’, permitindo, inclusive, que se defenda limitações de gênero em áreas como segurança pública e ensino, quando fundamentadas em crenças religiosas.
Embora a Meta afirme que continuará a remover conteúdos desumanizantes e calúnias, a flexibilidade em sua política de moderação levanta preocupações sobre o futuro da segurança e do respeito nas interações online. O diretor de assuntos globais da Meta, Joel Kaplan, defendeu as mudanças, argumentando que as regras anteriores eram excessivamente restritivas, e que a liberdade de expressão deve prevalecer nas plataformas digitais.
Essas alterações não apenas ameaçam a integridade das comunidades marginalizadas, mas também criam um ambiente propício para o aumento da violência simbólica e física, colocando em risco a vida de muitas pessoas. A comunidade LGBT deve se mobilizar e exigir responsabilidade das plataformas digitais para garantir um espaço seguro e respeitoso para todos.
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