Em uma revelação surpreendente, o Papa Francisco compartilhou que encontrou apoio em seu antecessor, Bento XVI, em relação às uniões civis para casais do mesmo sexo. Esta informação foi divulgada antecipadamente de um livro que será publicado na próxima quarta-feira na Espanha. O conteúdo do livro foi compartilhado com a imprensa na terça-feira, evidenciando um momento significativo de suporte dentro do Vaticano.
O livro intitulado “Papa Francisco. O Sucessor: Minhas lembranças de Bento XVI”, baseado em entrevistas com o jornalista Javier Martínez-Brocal, traz à tona o episódio em que Francisco foi confrontado por um grupo de cardeais na residência de Bento XVI. Os cardeais acusaram Francisco de heresia por seu suporte às uniões civis LGBT, mas Bento XVI interveio. Segundo Francisco, Bento ajudou os cardeais a “distinguir as coisas” e afirmou que suas declarações não configuravam heresia.
A posição de Francisco sobre as uniões civis tem sido um ponto de luz em seu papado, marcado por uma maior abertura em relação à comunidade LGBT, apesar de reiterar a posição da Igreja Católica contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Em dezembro do ano anterior, o Vaticano sob sua orientação autorizou que padres abençoassem casais homoafetivos, uma medida que gerou controvérsia, especialmente entre os setores mais conservadores.
Embora Francisco tenha permitido a bênção a casais do mesmo sexo, ele enfatiza que isso não se traduz em uma aprovação formal dos relacionamentos não heterossexuais. Não há indicações de que ele tenha discutido essa medida com Bento, que permaneceu no Vaticano até o seu falecimento no final de 2022, após uma histórica decisão de renunciar em 2013.
A revelação no novo livro não apenas lança luz sobre a complexa dinâmica dentro do Vaticano, mas também destaca a figura de Bento XVI como uma influência mais matizada do que se supunha em assuntos de grande controvérsia e debate.