A transexual Hanna Neri, de 24 anos, sofreu agressões físicas e verbais após entrar em um banheiro feminino no bar Pirata's, que fica situado no centro da cidade de Araraquara SP.
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"Minha amiga me chamou para retocar o batom no banheiro. Quando estava lá, uma moça entrou e pediu pra eu sair. Do lado de fora, um segurança disse que eu não podia entrar lá, tinha que usar o masculino", relata Hanna.
Abalada com o constangimento, ela começou a chorar. O estudante e amigo Henrique Marcatto, 21, viu a situação e questionou o motivo de Hanna não poder usar o banheiro. O segurança por sua vez respondeu: "é homem, é viado".
"Expliquei que ela é transexual, mas ele me agrediu com três socos, um tapa na cara e depois me imobilizou pelo pescoço", conta o amigo.
Ao ver a cena, Hanna tentou intervir, mas levou um empurrão e seu nariz começou a sangrar.
Depois de outros funcionários apaziguarem a situação, Hanna e Henrique pagaram a conta e chamaram a polícia. Os policiais orientaram que ela fosse à delegacia de plantão.
Descaso
"Na delegacia, disseram que eu devia mesmo ter usado o banheiro masculino e que não conheciam a lei que me dá o direito de usar o feminino. Depois de muito insistir, registraram só como agressão", explica.
Hanna diz que se sente envergonhada por a história ter se tornado pública, mas ao mesmo tempo feliz de poder lutar pelos direitos dos transexuais.
Repercurssão
"Relatei o que aconteceu no Facebook e nunca imaginei que ia ter tanta repercusão. Muitas pessoas estão apoiando e vou continuar lutando pelas pessoas que são 'invisíveis' para a população", concluiu.
Veja o desabafo de Hanna na integra:
Eu na vida: tento dormir mas não me sai da cabeça o fato de ter sido interceptada por usar um banheiro do gênero…
Posted by Hanna Neri on Domingo, 27 de dezembro de 2015