Mohsin Hendricks, o primeiro imã abertamente gay do mundo, foi tragicamente assassinado em Gqeberha, África do Sul, durante um casamento no último fim de semana. A motivação por trás desse crime ainda é desconhecida, mas existem suspeitas de que se trate de um crime de ódio religioso. A morte de Hendricks não é apenas uma perda pessoal, mas um ataque direto a todos aqueles que lutam pelos direitos LGBTQIA+ no país. Mmapaseka Steve Letsike, vice-ministra de Mulheres, Juventude e Pessoas com Deficiências, pediu uma investigação mais rigorosa por parte da polícia, enfatizando a necessidade de justiça para a comunidade LGBTQIA+.
Hendricks fez história em 1996 ao se tornar o primeiro imã a se assumir gay, embora tenha sido posteriormente removido de sua posição. Ele foi o fundador da Inner Circle, uma comunidade muçulmana global que defende uma sociedade livre de discriminação com base em religião, orientação sexual e identidade de gênero. Além disso, ele estabeleceu a mesquita inclusiva Masjidul Ghurbaah e liderou a Al-Ghurbaah Foundation, que oferece apoio psicoespiritual e social a muçulmanos marginalizados.
Organizações como o Inclusive and Affirming Ministries (IAM) expressaram sua dor pela perda de um líder que uniu muçulmanos independentemente de sua orientação sexual e lutou contra a discriminação. IAM reconheceu a contribuição importante de Hendricks para a construção de uma sociedade mais inclusiva e afirmativa.
A morte de Hendricks destaca a realidade sombria enfrentada pela comunidade LGBTQIA+ na África, onde o fundamentalismo religioso é frequentemente utilizado para justificar a discriminação e a violência. A Pan Africa ILGA (PAI) comentou que essa tragédia é um lembrete assustador das experiências diárias de violência que muitos LGBTQIA+ enfrentam no continente.
Julia Ehrt, diretora executiva da ILGA World, descreveu Hendricks como um pacificador e construtor de pontes, alguém que dedicou sua vida a ajudar as pessoas a reconciliar sua fé com sua identidade. Ela enfatizou a importância de uma investigação completa, já que muitos temem que a morte de Hendricks seja mais um caso de crime de ódio.
Embora a África do Sul seja considerada a nação mais liberal do continente em termos de direitos LGBTQ, a comunidade ainda enfrenta ostracismo e violência. A luta de Hendricks por um Islã inclusivo e centrado na compaixão continuará a inspirar muitos, mesmo após sua morte.
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