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Ativista e Pregador Detidos no Senegal Após Críticas ao Primeiro-Ministro Sobre Direitos LGBTQIA+

Dakar, Senegal – Dois homens foram detidos pela polícia em Dakar após a divulgação de vídeos criticando o primeiro-ministro do Senegal, Ousmane Sonko, por sua suposta tolerância em relação à comunidade LGBTQIA+, conforme informações obtidas pela AFP na última terça-feira, 21 de maio de 2024.

As autoridades locais informaram que o ativista Bah Diakhate e o pregador Cheikh Ahmed Tidiane Ndao estão sendo investigados por “espalhar notícias falsas” e “ofender” o chefe do governo. Diakhate foi preso na segunda-feira, após publicar um vídeo em que criticava Sonko por uma declaração anterior sobre os direitos LGBTQIA+. Ndao, por sua vez, foi detido na terça-feira, também após criticar o primeiro-ministro por, segundo ele, demonstrar complacência com as questões LGBTQIA+.

As críticas a Sonko surgiram após a visita do político francês de extrema-esquerda Jean-Luc Mélenchon ao Senegal na semana passada, durante a qual Sonko discutiu o tema. Figuras religiosas e outros ativistas no país criticaram Sonko por sua aparente tolerância e por permitir que Mélenchon abordasse o assunto publicamente.

A homossexualidade é altamente estigmatizada no Senegal, onde uma lei que proíbe “atos contra a natureza com um indivíduo do mesmo sexo” pode resultar em até cinco anos de prisão. Na quinta-feira passada, Sonko alertou que a insistência nos direitos LGBTQIA+ nas relações diplomáticas e por parte de organizações multinacionais poderia gerar “sentimento anti-Ocidente”.

Em um discurso para estudantes em Dakar, Sonko pediu que os ocidentais respeitassem a cultura senegalesa e afirmou que nunca houve “perseguição” de pessoas LGBTQIA+ no país, sugerindo que relacionamentos entre pessoas do mesmo sexo são “não aceitos, mas tolerados”.

A detenção de Diakhate e Ndao ressalta as tensões contínuas em torno dos direitos LGBTQIA+ no Senegal, um país onde questões culturais e religiosas desempenham um papel significativo nas políticas sociais.

Este caso levanta questões sobre liberdade de expressão e direitos humanos em um contexto culturalmente conservador, destacando a complexa interseção entre política, religião e direitos civis no Senegal.

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