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Jovem, Gay e em Busca de Identidade na Nova York Pós-11 de Setembro

“In Tongues”, de Thomas Grattan, Explora o Mundo da Arte em Manhattan no Início do Milênio

A obra “In Tongues”, escrita por Thomas Grattan, mergulha no cenário vibrante da Nova York pós-11 de setembro, trazendo uma narrativa cativante e profundamente pessoal sobre a jornada de autodescoberta de um jovem gay. O protagonista, Gordon, um rapaz na casa dos vinte anos, abandona Minnesota após um término doloroso e se lança na metrópole em busca de um novo começo.

Grattan captura com precisão a sensação de desorientação e solidão que acompanha a juventude. Gordon se vê em um emprego ruim e um apartamento deprimente, encontrando consolo em uma amizade com Janice, uma simpática bartender. Em sua busca por pertencimento, ele explora os dois pilares que frequentemente sustentam a comunidade queer: a família escolhida e a sexualidade.

A narrativa é crua e sincera, evitando floreios poéticos ao descrever as experiências sexuais de Gordon, que busca validação em encontros anônimos nas ruas e parques de Nova York. No entanto, o verdadeiro desafio para Gordon não é encontrar sexo, mas sim um propósito e um sentido de identidade.

A vida de Gordon muda ao ser introduzido ao mundo sofisticado do marchand Philip e seu jovem parceiro italiano, Nicola. Ele assume o papel de assistente pessoal do casal, participando de suas festas e até usando as roupas descartadas por Philip, numa dinâmica que mistura trabalho e uma espécie de adoção informal.

A relação de Gordon com Pavel, um artista ligado à galeria de Philip, traz um novo nível de complexidade emocional. Pavel pinta um retrato de Gordon, capturando sua essência e proporcionando-lhe uma sensação de ser visto e valorizado. Contudo, a fragilidade dessas novas conexões é exposta quando Gordon perde o afeto de Pavel e o favor de seus empregadores.

Os ataques de 11 de setembro atuam como um pano de fundo histórico que influencia, mas não domina, a narrativa. Gordon acompanha Philip em uma viagem à Europa, sendo forçado a lidar com as consequências do ataque longe de casa. A jornada de Gordon o leva ainda ao México e, eventualmente, de volta a Milwaukee, onde confronta o preconceito do pai religioso.

O clímax da história é marcado pela reconciliação tardia de Gordon com Philip, agora em seus últimos dias. Esta reunião final transforma a narrativa em uma elegia para leitores gays que enfrentaram rejeição parental e para aqueles afetados pela crise da AIDS, destacando a importância dos vínculos intergeracionais na comunidade.

“In Tongues” é mais que um simples romance de formação; é um retrato íntimo da luta por identidade e aceitação em um mundo em constante mudança. Grattan oferece uma visão honesta e emocionante da jornada de crescimento de Gordon, culminando em um final que, embora melancólico, traz um alívio e uma sensação de realização para o protagonista e para os leitores.

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