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“Aumenta a Repressão a LGBTQ+ na África: Refugiados Buscam Abrigo no Canadá em Meio a Leis Anti-Gays”

"Aumenta a Repressão a LGBTQ+ na África: Refugiados Buscam Abrigo no Canadá em Meio a Leis Anti-Gays"

"Aumenta a Repressão a LGBTQ+ na África: Refugiados Buscam Abrigo no Canadá em Meio a Leis Anti-Gays"

Africanos LGBTQ+ Buscam Ajuda do Canadá em Meio à Expansão de Leis Anti-Gays

MOMBASA — Astraeus O’Levin, uma mulher trans vivendo em Mombasa, no Quênia, está cansada de ouvir estranhos dizendo que querem matá-la. Em 2015, ao deixar a opressão familiar no oeste do Quênia em busca de novas oportunidades no setor de turismo, ela se deparou com hostilidade e agressão. Nove anos depois, o parlamento queniano debate uma proposta de lei que prevê pena de até dez anos para quem promover ou financiar a homossexualidade, enquanto manifestações pedindo a expulsão e até a morte de pessoas LGBTQ+ ocorrem regularmente.

O’Levin explica que seu desejo é apenas por segurança: “Eles acreditam que estamos promovendo a pedofilia ou recrutando pessoas. Nós só queremos nos sentir seguros”. Em todo o continente africano, pessoas LGBTQ+ enfrentam o que a Anistia Internacional descreve como uma “avalanche de leis discriminatórias que alimentam o ódio” e uma regressão preocupante dos direitos humanos.

As nações que já possuem leis que proíbem relações homossexuais estão intensificando a criminalização da identidade de gênero e da sexualidade, forçando pais e médicos a denunciar suspeitas de homossexualidade. Em uma investigação de quatro semanas, a Canadian Press visitou Gana, Camarões e Quênia para entender a dinâmica por trás dessa tendência e o que isso significa para a reputação global do Canadá como um abrigo para refugiados LGBTQ+.

Os indivíduos afetados por essa regressão dos direitos humanos percebem que estão sendo usados como uma distração em um cenário econômico conturbado. O’Levin afirma que a situação piorou em 2023, quando a Suprema Corte do Quênia reconheceu o direito de organizações LGBTQ+ a registro formal. Desde então, organizações que atendem minorias relatam aumento nas ameaças e vandalismos.

Em Uganda, a situação é ainda mais alarmante com a promulgação da Lei Anti-Homossexualidade, que prevê a pena de morte para certos atos sexuais e obriga juízes a encaminhar pessoas a terapias de conversão. Essas novas propostas de lei têm surgido em vários países africanos, acompanhadas de um aumento na violência contra pessoas LGBTQ+.

A ativista Steve Kabuye, que recentemente sofreu um ataque homofóbico, declarou que os políticos ugandenses estão dando um “mandato público para matar pessoas gay”. Ele conseguiu fugir para o Canadá e aguarda uma decisão sobre seu pedido de asilo.

Apesar de leis severas e uma crescente hostilidade, ativistas LGBTQ+ estão buscando apoio no Canadá, onde o governo tem uma reputação de defender minorias. No entanto, muitos relatam que a burocracia canadense dificulta o acesso a financiamentos necessários para campanhas de conscientização e defesa dos direitos humanos, especialmente em países de língua francesa.

A crescente violência e opressão contra a comunidade LGBTQ+ na África é um reflexo de uma crise maior, com a homofobia profundamente enraizada nas sociedades. Pesquisas indicam que uma grande maioria da população, por exemplo, 88% dos quenianos e 91% dos ganeses, se opõem à convivência com pessoas LGBTQ+.

Enquanto isso, líderes comunitários e ativistas tentam navegar por esse ambiente hostil, buscando alternativas que incluam a religião como uma fonte de empoderamento, ao invés de opressão. Eles estão colaborando com igrejas canadenses para criar serviços que acolham e afirmem a diversidade de gênero e sexualidade.

A luta pela aceitação e pelos direitos da comunidade LGBTQ+ na África continua, e muitos ainda depositam suas esperanças no Canadá, um país que, apesar de suas próprias lutas, é visto como um farol de esperança para aqueles que buscam segurança e dignidade em meio à adversidade.

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