Casados há três anos, Rodrigo Vilar e Giorgio Nilton da Silva passaram por uma situação de homofobia na sexta-feira (18) dentro de sua casa de chás no bairro de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife.
Tudo porque, ao pedir um serviço de telefone e internet no estabelecimento, eles viram que o funcionário da GVT mudou o nome da rede Wi-Fi para "viadão".
+ Closeup explica polêmica sobre foto do beijo
Segundo Rodrigo, um funcionário foi à loja deles quando a internet do computado e telefones estava sem sinal. A conexão foi restabelecida, mas o funcionário deixou a marca do preconceito ao alterar o nome da rede dos rapazes para um termo pejorativo.
"Eu e os clientes vimos que havia várias outras Wi-Fis de estabelecimentos próximos, mas não a nossa. Até cheguei a comentar que havia essa rede 'viadão' com o sinal muito bom, mas não imaginava que seria a nossa. Aí foi quando deu o estalo", diz ele. Rodrigo arriscou colocar a senha e, para a sua surpresa, ela conectou. "Eu não acreditei".
Rodrigo diz que o termo é pejorativo e Giorgio o classifica como constrangedor e sem explicação. "Imagina se chega um cliente e pergunta 'amigo, qual é a wifi daqui?' e a gente responde 'viadão'? Outros gays poderiam pensar que a gente estava tirando onda e a gente não quer isso. As pessoas não podem brincar dessa forma com as outras".
O casal decidiu registrar um boletim de ocorrência e também entrou em contato com a empresa responsável. Eles têm imagens da câmera que mostra o empregado mexendo no computador e até escrevendo a palavra "viadão". A gente se sentiu constrangido e os clientes da gente também ficaram super chateados com a situação. Temos uma casa de chá, um lugar para as pessoas virem e relaxarem, não para lidar com situações assim".
+ Ministério da Educação orienta que escolas respeitem as necessidades de alunos trans
A Telefônica Vivo, dona da GVT, declarou que repudia a atitude descrita pelo cliente e informou que vai apurar o caso. Caso "constatada a conduta incorreta (do funcionário), totalmente conflitante com a orientação da companhia, vai tomar medidas administrativas".