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Cientista italiano afirma que no futuro humanidade será bissexual

O cientista italiano Umberto Veronesi causou frisson durante uma conferência no fim de semana, na Toscana, ao apresentar uma teoria afirmando que a humanidade está a caminho da bissexualidade.

De acordo com o estudioso, no futuro o sexo não deve mais ter apenas a reprodução como finalidade, para ele, o sexo será “um gesto de demonstração de afeto”.

“O homem está perdendo suas características e tende a se transformar numa figura sexualmente ambígua, enquanto a mulher está se tornando mais masculina. Desta forma, a sociedade evolui para um modelo único”, descreve.

Em linhas gerais, a teoria de Veronesi baseia-se nos hormônios, e suas variações, para concluir que a espécie humana ruma à bissexualidade. “Desde o pós-guerra, a vitalidade dos espermatozóides diminui 50% porque as mudanças das condições de vida estão fazendo com que a hipófise [glândula responsável pela produção de hormônios] produza cada vez menos hormônios andróginos [masculinos]”, explicou em entrevista ao Corriere della Sera.

Oncologista e ex-ministro da Saúde, o cientista explicou que essa mudança é o preço a ser pago pela evolução das espécies, “que é positivo, pois nasce da busca pela igualdade entre os sexos”. As mulheres, diz o estudo de Varonesi, têm produzido cada vez menos hormônios femininos ao longo da História.

Preguiça Reprodutiva

Ainda segundo os estudos do médico italiano, a redução na produção dos hormônios, essenciais para a definição do gênero, acabariam pôr atrofiar os órgãos reprodutores.

Para simplificar a questão, Veronesi compara a “nova” tendência à organização das abelhas: a maior parte dos membros de uma colméia é assexuada, apenas uma pequena parcela dedica-se à reprodução.

"A diferença é que os homens são inteligentes e isto produz reações sentimentais, além de fisiológicas", afirmou.

O antropólogo Fiorenzo Facchini, da Universidade de Bolonha, discorda da teoria. "Do ponto de vista antropológico, a orientação sexual é definida a nível biológico pela espécie e isto não pode ser alterado".

"Separar a reprodução da sexualidade e do núcleo familiar não pode ser visto como uma vantagem para a espécie humana. A reprodução não é apenas encontro de gametas, implica relação entre duas pessoas", declarou.

Já a professora de sexologia da Universidade La Sapienza de Roma Chiara Simonelli concorda com as conclusões de Veronesi, acrescentando que o resultado é parte da “evolução genética e da mudança de mentalidade”, fenômenos interligados e que se influenciam reciprocamente.

"Mas este fenômeno está no começo. Para que tenha uma certa consistência é preciso esperar duas ou três gerações", afirmou Simonelli.

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