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Cinema & DVD: Filme “Arizona Sky” aborda a sexualidade no universo country

Ang Lee emocionou plateias com o magistral O Segredo de Brokeback Mountain. Em Arizona Sky, Jeff London, que dirige e assina o roteiro, nos apresenta uma história de amor entre dois marmanjos que se reencontram na vida adulta, após uma adolescência de incertezas no âmbito do amor. Com uma trama interessante, o filme se perde nos clichês e letargia da direção, além das performances pouco inspiradas dos protagonistas, que verdade seja dita, são lindos aos extremos.

O filme abre com a câmera passeando pelo deserto: através de um corte seco, apresenta os personagens no passado, suas juras de amor e logo depois, ambos na vida adulta, se reencontrando. Um deles, Kyle, permaneceu na cidade, um personagem telúrico, preso à cultura da terra natal, cozinheiro e mecânico. O outro, Jake, chegando da cidade, reflete o estresse do homem urbano contemporâneo e todo seu mal-estar diante das relações frustradas e falta de amor. Ao chegar no Arizona, as chances de reviver o amor se estabelecem. Daí em diante, será que conseguirão reacender a chama do amor e reviverem a relação deixada em stand by anos atrás?

Jake (Eric Dean) é um personagem metalinguístico: roteirista de cinema e televisão, nunca tem tempo para nada, é uma pessoa envolvida no trabalho e o seu retorno à cidade Natal é uma chance para descansar. Depois de 18 anos distante do local, procura por Kyle através da lista telefônica, tentando reestabelecer o contato e/ou algo mais. Estressado da vida frenética e pela ausência de um bom amor, vê neste retorno uma possibilidade de descanso e reencontro.

Interessantes são os personagens coadjuvantes, que surgem com as suas lições de vida para dar exemplo aos protagonistas: a tia que deixou o amor passar e depois não achou outra pessoa e outros desafortunados no amor. Numa determinada cena, a inevitável chuva cai, ambos ficam com frio e se deslocam para a casa de um deles. Tiram a roupa molhada para se ajustar e o que acontece?

A quase ausência de música ajuda a deixar o filme capenga. A fotografia de Matthew Scala é mais do mesmo e como já dito, a direção e o roteiro deixam a desejar. A edição de Brent Revok não ajuda no ritmo. Com 92 minutos de duração, Arizona Sky poderia ser mais interessante se a direção não fosse tão preguiçosa.

"Arizona Sky" – Nota 4. Disponível para download no Portal Intercine Gay.

*Leonardo Campos escreve quinzenalmente neste espaço sobre cinema e lançamentos em DVD. É pesquisador em cinema, literatura e cultura da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e professor de literatura.
 

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