Pelo terceiro ano consecutivo, a cidade São Paulo será palco da festa White Party, organizada e idealizada pelo estilista Rogério Figueiredo. Na entrevista que você confere a seguir, Rogério conta como surgiu a idéia da festa que, na primeira edição, ainda nem tinha esse nome.
"Parei pra pensar e, como sempre o meu trabalho está relacionado ao terceiro setor, sempre ajudando ao próximo, pensei: no próximo ano vou fazer a festa em prol das crianças carentes de São Paulo. Então, nasceu a White Party", relembra o estilista.
Rogério fala também que o evento saiu todo do seu bolso e que não conta com nenhum patrocínio. "A festa é bancada pela marca Rogério Figueiredo, é uma festa somente para convidados e esse ano a comemoração passou para o Regatas Clube, com a produção inteira da The Week". Sobre a fama da festa, diz cheio de orgulho. "Ela, a White Party, parou a cidade. Praticamente só se fala dela depois do show da Madonna". Confira a seguir o bate papo com simpático estilista Rogerio Figueiredo.
Fale um pouco sobre a sua carreira e como surgiu a White Party?
Tenho uma carreira que é moda, trabalho como estilista há 15 anos – que completei agora, em 2008. Trabalho com o mercado de luxo e a gente lançou agora uma linha masculina, a marca Rogério Figueiredo. O Rogério fez um nome, uma clientela em São Paulo e no Brasil, tudo o que relaciona o meu nome cresce muito rápido. Há três anos comemorei meu aniversário em uma mansão no Jardim Europa e fiz essa festa, foi a festa de branco, nem se chamava White Party e foi um sucesso. De 600 apareceram duas mil pessoas.
Como surgiu a idéia dos brinquedos?
Como sempre o meu trabalho está relacionado ao terceiro setor, sempre ajudando ao próximo, então pensei em fazer no próximo ano uma festa em prol das crianças carentes de São Paulo. Então nasceu a White Party em parceria com a de Miami, registrei a marca no Brasil, fiquei dono do selo e fizemos a W.P. no ano passado, que foi na The Week para cinco mil convidados com uma arrecadação recorde de brinquedos. Fizemos natal para 11 mil crianças. Agora, eu vou fazer natal para 11 mil crianças de novo, vou arrecadar 11 mil em São Paulo e acho que vai dar mais esse ano.
Quem patrocina a festa?
A festa não tem patrocínio, ela é bancada pela marca Rogério Figueiredo. É uma festa somente para convidados e esse ano a comemoração passou para o Regatas Clube com produção inteira da TW, é uma festa cara para poder chegar na meta. A energia dessa festa é totalmente diferente de todas, porque assim é a minha cara. Para comemorar o meu aniversário quero usar esse nome que tenho em prol do terceiro setor. Então, a festa tem a atração que eu quero. Vai ter show da Gil, vai ter os DJs da The Week, o cenário que eu escolhi, é uma festa minha. As pessoas não vão esperar uma rave, uma festa da TW, é por isso que deu certo. As pessoas esperam por esse acontecimento porque o Rogerio é diferente.
E sobre traje, branco absoluto?
O branco esse ano é uma exigência absoluta. Não passa nem uma coisinha, e esse branco traz uma energia muito bacana, é totalmente diferente de tudo. O branco quebra aquela coisa pesada que não é a minha cara. Os DJs todos foram brifados e eu quero música alegre, de festa, quero que seja uma noite de festa. Com chuva ou sem chuva ela vai acontecer fantástica.
Como funciona a distribuição dos brinquedos arrecadados?
No nordeste foi para uma fundação que cuida de crianças portadoras de HIV e de rua, que é uma associação que eles têm e vai ser distribuída para várias. Aqui em São Paulo, vai para a Santo Agostinho que cuida de 11 mil crianças, não dela, mas de instituições ligadas. Eles fazem a distribuição: duzentos brinquedos para as crianças da casa de São Pedro, duzentos para outra e assim por diante faz o natal deles sempre no dia 20.
Você falou que a marca Rogério Figueiredo banca toda a festa, e as marcas de bebida, não doam? Já pensou em tal parceria?
A gente não tentou, a festa não tem patrocinador, é bancada pela marca. Tivemos o apoio somente de uma gráfica que fez os convites.
E a The Week?
Fizeram a parceria de fazer a organização, mas tudo foi pago pelo Rogério Figueiredo.
Carlos Tufvesson também é outro estilista que atua com questões fora do mundo da moda, no caso com o tema do combate ao HIV. Você acredita que é importante que mais pessoas do mainstream tomarem este tipo de atitude?
É mais do que importante, é o mínimo que a gente pode fazer. No meu caso, ajudo sempre o terceiro setor, idosos e crianças. Tenho os meus desfiles de luxos e beneficentes e sempre que posso, faço isso. É a única maneira que posso fazer. E a White Party foi uma segunda opção, eu posso ajudar as crianças através de uma festa. Se cada um dentro de sua área fizesse um evento desses por ano, muita coisa social seria resolvida e principalmente no grupo GLS, que falta esse tipo de apoio e principalmente na questão do HIV. Até as próprias casas noturnas podem fazer uma vez por ano uma mega festa, elas têm essa capacidade e isso falo pra todas: a Bubu, Blue Space, The Week. Qualquer casa dessa, uma vez por ano, vai fazer uma mega festa e vai custar R$100 pra entrar, mas vai ser aquela festa que todo mundo vai querer ir. Se as casas entrassem em pleno acordo, pois a vaidade é muito grande, cada um fizesse uma festa no calendário oficial de São Paulo. Vamos supor que a TW faça a festa do preto, a Bubu a festa do azul, seria interessante… falta isso e os empresários precisam parar um pouco pra pensar.
A sua festa acontece nos mesmos moldes da norte-americana?
A única coisa diferente é que lá eles tem uma regra: os convidados além de pagar para entrar, é obrigatório estar de branco. Aqui o tênis é neutro e aqui nada é pago.
Existe critério para os convidados?
Existe. O critério esse ano foi o meu mailing, mais o mailing da The Week para quem tem o cartão Diamond e mais a clientela da marca Rogério Figueiredo.
Políticos são convidados?
Todos foram convidados.
Acreditam que eles vão?
Tudo é uma surpresa, mas por ser uma festa GLS as pessoas têm um pouco de preconceito, o que é uma bobagem, pois se trata de uma festa incrível, ela não tem sexo. No ano passado teve muita celebridade bacana e esse ano a procura está sendo grandiosa.
O que você pensa sobre as pessoas que criticam e dizem que tanto você como o Tufvesson só fazem isso para aparecer?
Eu não dou muita importância, porque são pessoas pequenas. Se elas querem fazer alguma coisa, elas deveriam parar de criticar e fazer. Eu não preciso aparecer para nada, eu ganho o meu dinheiro com o meu trabalho e é isso que preciso. O meu trabalho é reconhecido no corpo da cliente. Para aparecer é quando eu chego no baile e vejo o vestido do Rogério Figueiredo, aquilo para mim é gratificante. Agora, uma festa dessa, é lógico, ela parou a cidade. Praticamente só se fala dela [da festa] depois do show da Madonna. Ontem na TV Record o cara falou: ‘gente, a White Party é mais esperada que o show da Madonna’. Eu não acredito que é tudo isso, mas cada um conta um conto e aumenta dez pontos. A questão não é aparecer, o selo cresceu e não tem mais como desistir disso.