in

Comédia romântica gay é aula contra preconceito

Existem alguns filmes que todo mundo – gay ou não – devia assistir. "Eu os declaro marido e.. Larry" é um desses. O medo, antes de entrar na sessão no cinema, era que por ser uma comédia o filme podia ser um daqueles pastelões recheados de clichês bobocas sobre a homossexualidade. Quem já teve a oportunidade de assistir ao filme, exibido há duas semanas no Brasil, já sabe que esses ingredientes não chegam nem perto da telona.

"Eu os declaro…" é uma história de amor. Não daquelas convencionais. Por tratar-se de uma comédia romântica, existe, sim, aquela fórmula do "tudo vai bem até que tudo fica mal para no final tudo ficar novamente bem". Então o que chama atenção na história toda é o amor entre os dois amigos heterossexuais, Chuck e Larry, e como ter de se assumir gays, quando não são, muda completamente suas vidas.

Soa até irônico para nós, homossexuais brasileiros, que um filme faça sátira com héteros apelando para um falso casamento gay a fim de conseguir direitos de pensão e seguro. No longa os dois bombeiros tem de simular uma relação homossexual estável. Os personagens se casam, vão a festas gays e Chuck, principalmente, deve resistir a tentação de se sentir atraído pela advogada da dupla, digo, do "casal".

E é aí que o filme ganha uma força incrível. Quando ambos saem no jornal e a relação fica exposta, os personagens começam a viver dramas freqüentes a todos os homossexuais. O modo como o preconceito é tratado emociona. Em determinado momento, Larry descobre que os outros rapazes do agrupamento na qual trabalha fizeram uma petição pedindo a transferência do casal para outro corpo de bombeiros. Pelo simples fato de "serem" gays.  A lição de moral vem quando Larry cita inúmeras coisas que Chuck fez para cada um dos bombeiros antes de "se assumir gay", como ter salvado suas vidas ou emprestado dinheiro a eles, por exemplo.

É emocionante ver no cinema a homossexualidade sendo tratada de maneira tão natural e de maneira tão positiva. Os personagens aprendem lições importantes com a saída do armário, como por exemplo o uso inconsciente da palavra "bicha" como termo pejorativo ou ofensivo. Em uma cena crucial Chuck diz algo mais ou menos assim: "E não usem mais a palavra bicha. Quer dizer, eu usava essa palavra, mas isso era antes, quando eu era um cara preconceituoso e bobo".

A grande lição é que pouco importa a orientação sexual das pessoas e isso não deve servir para que alguém seja discriminado. É exatamente por toda a mensagem de respeito e união transmitidos que todo mundo devia ver esse filme. O final é super original e não poderia ser mais gay. Tem beijo e até o cantor Lance Bass, ex-N’Sync, faz uma pequena participação especial.

Miss Gay é violentado até a morte em Arapiraca, Alagoas

Gays criticam Record por causa de Robocop Gay, dos Mamonas Assassinas