Bethlehem, na Cisjordânia, comemora um Natal mais silencioso e sombriamente marcado pela guerra em Gaza. Neste Natal de 2024, a cidade, tradicionalmente conhecida como o local de nascimento de Jesus, enfrenta um clima de tristeza e desolação, refletindo a ausência de festividades que normalmente atraem milhares de turistas. As luzes festivas e a grande árvore que costumam adornar a Praça do Manger estão ausentes, e as ruas, tradicionalmente cheias de visitantes, estão vazias.
Os escoteiros palestinos desfilaram em silêncio, em um contraste profundo com a alegria típica da época. Alguns portavam um cartaz que dizia: ‘Queremos vida, não morte’. O prefeito Anton Salman expressou que a mensagem de Bethlehem é sempre de paz e esperança, mas que atualmente é vital que o mundo escute o clamor do povo palestino por um fim ao sofrimento.
A ausência de festividades de Natal representa uma grande perda econômica para a cidade, que depende do turismo, especialmente nesta época do ano, para sustentar sua economia. Salman revelou que a taxa de desemprego em Bethlehem está em torno de 50%, superior à média de 30% da Cisjordânia.
O Patriarca Latino Pierbattista Pizzaballa também lamentou a situação e expressou esperança de que o próximo Natal seja mais alegre. Ele celebrou uma missa especial em Gaza e compartilhou as orações e saudações de seus irmãos e irmãs na região.
O turismo em Bethlehem caiu drasticamente, de cerca de 2 milhões de visitantes por ano em 2019 para menos de 100 mil em 2024, segundo Jiries Qumsiyeh, porta-voz do Ministério do Turismo palestino. Essa queda acentuada é resultante não apenas da pandemia, mas também da instabilidade contínua na região.
Após o anoitecer, as paredes douradas da Igreja da Natividade foram iluminadas, mas poucos visitantes estavam presentes. A guerra em Gaza não só afastou turistas, como também intensificou a violência na Cisjordânia, resultando em mais de 800 palestinos mortos e dezenas de israelenses em ataques de militantes.
A situação difícil em Bethlehem é um reflexo das dificuldades enfrentadas por muitos cristãos na região, que representam apenas uma pequena fração da população total entre os 14 milhões que habitam a Terra Santa. Com as tensões e os desafios econômicos, muitos anseiam por um futuro em que a paz e a celebração possam retornar às suas vidas.
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