O mês de fevereiro é especialmente significativo para a comunidade LGBT+, pois celebramos o LGBT+ History Month, uma época dedicada a refletir sobre o ativismo e as mudanças sociais que moldaram os direitos LGBT+ ao longo das décadas. Paul Willis, professor de cuidados sociais na Universidade de Cardiff, destaca a importância do ativismo das gerações mais velhas, que enfrentaram desafios imensos em busca de igualdade e reconhecimento.
Durante os últimos setenta anos, muitos indivíduos LGBT+ da Grã-Bretanha, especialmente aqueles nascidos nas décadas de 1940 e 1950, viveram em um ambiente onde a homossexualidade era criminalizada. O impacto desses anos de repressão transformou a luta por direitos em um imperativo social. A mudança parcial da legislação em 1967 foi um marco, mas muitos ainda sofreram com práticas de conversão e tratamentos que tentavam “corrigir” sua sexualidade e identidade de gênero.
Um estudo realizado em 2018 com mais de 100 mil pessoas LGBT+ no Reino Unido revelou que os mais velhos e os pertencentes a grupos étnicos minoritários estavam mais propensos a relatar solicitações para tais práticas de conversão. Contudo, esses desafios não impediram que muitos se tornassem ativistas proeminentes na luta pelos direitos LGBT+.
Willis compartilha sua experiência ao entrevistar um residente de 80 anos que participou do movimento de libertação gay em Londres nos anos 70, lembrando da importância do apoio e da conexão com grupos LGBT+ para o bem-estar social e a redução da solidão. Nas décadas de 1980, muitos também se uniram para combater o estigma associado ao HIV/AIDS, lutando contra políticas discriminatórias, como a Seção 28, que proibia a promoção da homossexualidade nas escolas.
Atualmente, o ativismo continua a evoluir, com veteranos LGBT+ exigindo reconhecimento e reparação por discriminação vivida durante seu serviço nas Forças Armadas, onde eram proibidos de servir até o ano 2000. O projeto DICE, que investigou a inclusão social de grupos de idosos em moradias assistidas, revelou que, embora muitos idosos LGBT+ se sintam confortáveis em suas comunidades, ainda enfrentam isolamento e exclusão.
As histórias de ativismo são variadas e inspiradoras. Por exemplo, Sasha, uma lésbica de 68 anos, continua seu ativismo online, enquanto Ward, um homem gay de 73 anos, se mantém ativo em campanhas por igualdade. Jane, uma mulher trans, compartilha sua experiência de apoio recebido ao se assumir no trabalho e agora ajuda a criar iniciativas que promovem a interação entre vizinhos.
Esses relatos são retratados em uma série de podcasts que buscam conscientizar profissionais de moradia sobre a necessidade de reconhecimento e apoio a residentes LGBT+. Cada episódio traz lições valiosas e destaca a importância de um ambiente seguro para todos os residentes, permitindo que vivam plenamente sua idade avançada como indivíduos LGBT+.
O projeto DICE ilustra como ações simples podem fazer uma diferença significativa na vida dos outros, enfatizando que a luta por direitos e reconhecimento continua a ser relevante e necessária. O trabalho com provedores de moradia para integrar esses podcasts em treinamentos de diversidade e inclusão é um passo importante para garantir que os idosos LGBT+ sejam valorizados e apoiados em suas comunidades.
Quer ficar por dentro de tudo que rola? Dá aquele follow no Insta do Acapa.com.br clicando aqui e cola com a gente nas notícias mais quentes