Com o aumento alarmante de casos de mpox em Uganda, que já ultrapassam 2.100, grupos de defesa dos direitos LGBTQ+ estão intensificando seus esforços para conter a disseminação da doença, que tem impactado desproporcionalmente a comunidade queer. Nos últimos 14 dias, o país registrou 512 novos casos, com a capital, Kampala, sendo a mais afetada, apresentando uma taxa de incidência de 45 casos para cada 100 mil habitantes. A Uganda Key Populations Consortium (UKPC), que trabalha em colaboração com o Ministério da Saúde e a Autoridade da Cidade Capital de Kampala, expressou preocupação com a estigmatização que pode impedir indivíduos de buscar atendimento médico. O diretor geral da UKPC, Richard Lusimbo, ressaltou que as comunidades LGBTQ+ em áreas semi-urbanas enfrentam desafios significativos devido ao preconceito, o que pode agravar a crise de saúde.
O relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre a epidemia revela que a transmissão ocorre principalmente através de contato próximo e físico, destacando a necessidade de uma resposta integrada que considere as estratégias de prevenção do HIV. A UKPC lançou uma pesquisa online para entender melhor como a epidemia de mpox está afetando a comunidade queer, e os dados coletados visam desenvolver intervenções mais inclusivas e eficazes.
A luta contra o mpox em Uganda não é apenas sobre gerenciar uma crise de saúde, mas também uma oportunidade para advogar pelos direitos e dignidade das populações marginalizadas. Apesar do ambiente hostil, muitas organizações LGBTQ+ têm se esforçado para disseminar informações precisas sobre a prevenção da doença, promovendo campanhas educativas e práticas de sexo seguro. A necessidade de um diálogo aberto e sensível entre prestadores de serviços de saúde e a comunidade LGBTQ+ é crucial para garantir que todos tenham acesso ao tratamento necessário sem medo de discriminação.
A situação ressalta a urgência de uma abordagem unificada que não apenas trate da saúde pública, mas também enfrente questões de direitos humanos e dignidade para todos os cidadãos, independentemente de sua orientação sexual. Com a colaboração entre organizações LGBTQ+ e autoridades de saúde, há esperança de que a resposta ao mpox possa ser mais eficaz e menos prejudicial para as comunidades vulneráveis em Uganda.
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