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Completando 43 anos, DJ Pomba falou com o site

Vulgo Pomba, André Luiz Cagni introduziu – no bom sentido – a mistura rock + gays que há anos é sinônimo de sucesso no clube paulistano A Lôca. Completando 43 anos hoje, esse ariano inquieto e workaholic é fã incondicional do rock em geral, e do metal em particular. Da sua banda de heavy metal dos anos 80, passando pela revista Dynamite, e chegando aos 10 anos de sua carreira como disc jockey, Pomba sempre lutou pelo velho e bom rock’n’roll e o flerte atual dos gays com esse gênero musical deve muito a ele. Para comemorar tão bem-vividas primaveras, Pomba recebe convidados no Dynamite Pub, sábado, e domingo n’A Lôca. Numa rápida conversa de MSN, ele falou com o A Capa: Então, Pomba, 43? Já está sentindo os efeitos da idade? Andropausa, cansaço, essas coisas… O que você tem feito pra se cuidar? (Risos) Pois é. Só este ano a coisa começou a pesar, estou com uma infecção crônica no ouvido e até varizes, doenças típicas de DJ. Mas está indo ao médico? Fazendo academia? Sim, voltei à academia recentemente depois de dois anos fugindo. Como bom hipocondríaco, tenho ido aos médicos direitinho. Por falar em andropausa, qual foi a coisa que você fez que mais te deixou com calor? Não preciso fazer nada, com este calor da Zâmbia que tem rolado via aquecimento global. Você está solteiro? Estou namorando, faz quase um mês. Ele se chama Rômulo e conheci no site Disponivel.com. Qual seu tipo de homem preferido? Prefiro garotos, tipo 18-29 anos, bem resolvidos, e que preferencialmente curtam muito rock e cultura em geral, pois adoro ver exposições, cinema. O que um cara que está a fim de você tem que fazer pra te conquistar? Bom, como disse, estou namorando. Mas, no fundo, não tem um padrão de conquista, namorei pessoas que não são meu tipo físico, por exemplo. Tudo depende de empatia. Mas sei o que as pessoas têm que fazer para dar certo comigo: nada de ciúmes, nada de “encheção” de saco, nada de dramas, nada de cobranças. Relação não pode ser um peso e um problema na vida da pessoa e ,sim, algo legal. O que você tem ouvido ultimamente? Ultimamente estou em fase de silêncio, por conta do ouvido, e retrô. Tenho ouvido muito Queen, Stone Temple Pilots, Garbage e Duran Duran, minhas bandas preferidas. O Grind já existe há aproximadamente uma década, certo? Você sentiu esse tempo passar? Fazendo um paralelo com sua vida qual foi a lição mais importante que você aprendeu com o projeto? O Grind começou em maio de 1998, faz nove anos. O que era pra ser um mero hobby, hoje virou minha profissão. A lição que eu mais aprendi com o Grind é que, por mais que as pessoas do meio GLS e do rock sejam condicionadas a uma postura e a gostar de um tipo de som, você pode investir em algo eclético e divertido. No início, sofremos preconceito do público de rock e do público gay, mas tive apoio d’A Lôca, que bancou um projeto que mudou o mapa da noite em São Paulo. Lembro quando começamos o rock estava em baixa, ninguém falava de anos 80, por exemplo. Ousamos quando todo mundo fazia o básico e conseguimos virar uma referência. E como você vê hoje os gays e os roqueiros? Ambas as cenas estão bem melhores e com mais opções. Só acho que pessoas que vivem somente no meio GLS ou no meio rock podem acabar emburrecendo, pois são condicionadas a ouvir o mesmo tipo de som, vestir a mesma roupa, curtir o mesmo tipo de pessoa e por aí vai. Faltam mais eventos culturais e que promovam, de certa forma, estranhamento. Pois a arte só se justifica se implica em algum tipo de transgressão. Finalizando, o que falta para que os gays no Brasil tenham seus direitos reconhecidos? Não só no Brasil, como em todo o mundo, existe uma máfia religiosa que não entende que religião é uma coisa, direitos e leis são outras. No fundo, as pessoas que seguem estas religiões são condicionadas a acreditar que direitos dos gays são contra a família, são uma ameaça à sociedade. Então neste sentido, o prestígio e apoio aos trabalhos das Ongs gays são fundamentais para que cheguemos ao Estado de Direito para os cidadãos GLBTT.

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