Cuba reconheceu oficialmente que realizou mais de dez cirurgias de readequação genital. A diretora do Centro Nacional de Educação Sexual (Cenesex), Mariela Castro, reconhece o avanço, mas diz que chegaram apenas a "metade das pessoas que foram identificadas como transexuais e que desejam passar pela cirurgia".
A divulgação dos números de pessoas operadas e as declarações de Mariela foram feita durante o V Congresso Cubano de Educação, Orientação e Terapia Sexual, que está sendo realizado esta semana em Havana. Segundo Mariela, as leis estão sendo cumpridas. "Estamos cumprindo com a resolução 126 do Ministério da Saúde Publicam, que estabelece a criação de um centro de atenção para a saúde integral das pessoas transexuais e que é totalmente gratuito".
A primeira cirurgia de adequação genital cubana que se tem noticia data do ano de 1998. Após tal procedimento ter se tornado público uma forte polêmica criou-se em Cuba entre favoráveis e contrários ao procedimento. Uma década depois da primeira cirurgia foram identificados 30 transexuais cubanas, destas 26 solicitaram a operação. E, mesmo contando com a defesa de setores do governo cubano, o tema ainda é controverso entre a população.
O Censex tem lutado desde 2004, junto com a Federação de Mulheres Cubanas, pela reformulação do Código de Família, onde tensionam para que se reconheça a união civil entre pessoas do mesmo sexo e também pela despatologização da transexualidade.