O assunto circulou em listas de discussões de interesse GLBT e foi tema de matéria publicada no último domingo pelo jornal Folha de S. Paulo. O delegado Clóvis de Oliveira Leite, da cidade de Alfenas, enviou documento à prefeitura da cidade pedindo proibição da Parada Gay no município e do Carnalfenas.
"Haja [sic] enquanto é tempo, pois Carnalfenas aliado às paradas gays fará que Alfenas, em futuro muito próximo, se torne uma Sodoma e Gomorra, cidades destruídas por Deus, conforme reza a Bíblia" escreveu o delegado em papel timbrado da Polícia Civil mineira.
"Para esta cidade convergem uma infinidade de ladrões, vândalos e traficantes de drogas, que fazem acontecer todos os tipos de fatos delituosos […], vandalismo, promiscuidades", alegou o delegado no oficio.
O público registrado nos dois eventos foi de 115 mil pessoas, em quatro dias de eventos no Carnalfenas e 25 mil na Parada. Ambos os dados são das organizações.
O MGA – Movimento Gay de Alfenas e Região Sul de Minas – encaminhou requerimento à Polícia Civil e ao governo do Estado pedindo "providências urgentes quanto à atitude preconceituosa e discriminatória do delegado".
Sander Maciel, fundador do MGA, disse à Folha que "a questão principal é que ele agiu enquanto Estado. É o Estado que está dizendo que Alfenas irá virar Sodoma e Gomorra".
Jésus Trindade Barreto, chefe de Gabinete da Polícia Civil de Minas Gerais, anunciou que a Superintendência Geral da Polícia Civil está ciente da atitude homofóbica do delegado Clóvis e que irá tomar as providências necessárias.