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Dez santos motivos para ver a peça em cartaz no Teatro Oficina

Está em cartaz no Teatro Oficina, de quinta a domingo, a peça Santidade. No último final de semana, fomos conferir a peça e colocamos aqui, hoje, os motivos pelos quais você deve sair do conforto do seu lar, ou, fugir dos agitos das boates, para ver o espetáculo. Vale lembrar, que os motivos não estão em ordem de preferência, ou relevância…

1.Os pufes

Um dos diferenciais do Teatro Oficina, é a característica experimental e a ousadia das peças, nada convencional. Em Santidade, o público é convidado a se sentar – ou se deitar – em confortáveis pufes pretos. Em algumas partes do espetáculo há até uma certa interatividade. Os atores se sentam no colo de algumas pessoas da platéia.

2.Os bofes

A dupla de atores Haroldo Costa Ferrari e Fransérgio Araújo são ótimos motivos para conferir a peça. Ambos interpretam, respectivamente, o bon vivant Artur e seu irmão diácono Nicolau. Em diversas cenas eles aparecem nus ou semi nus. Nicolau até toma banho e sai enrolado numa toalhinha minúscula. Uma delícia.

3.Zé Celso

Desculpem a obviedade, mas Zé Celso é Zé Celso. Assistir uma peça dele – ou com ele – é quase sempre uma experiência antropológica! Na peça Zé interpreta um estilista bem afetado. A impressão é que ele fez laboratório com Ronaldo Esper ou Clodovil.

4. O cenário

Não tem assim grandes coisas no cenário. Só uma cama, mas dá uma vontade de deitar nela, principalmente quando os atores estão nela. Por ser assim, super “minimalista” lembra um pouco o filme Dogville, do Lars Von Trier, com a Nicole Kidman. Tinha até KY – item essencial para uma vida a dois.

5. A heresia

O texto faz (muitas) críticas pesadas a Igreja Católica e ao comportamento eclesiástico. Pode ser um tapa na cara de conservadores ou fanáticos religiosos. Talvez por isso e pelo seu texto gay, a peça, escrita por Zé Vicente, tenha sido proibida em 67 pelo governo Costa e Silva, em meio a ditadura militar.

6. A provocação

A peça provoca desde excitação a medo, passando por risos e reflexões e até uma certa viagem. Em algumas cenas os atores se penduram pelas “arquibancadas” do Teatro e ficam bem lá em cima, dá um certo receio que eles caiam. Já Ivo, personagem do Zé Celso, dá o tom exato de  comédia a peça, que as vezes fica séria demais. As reflexões vêem pelas falas de Artur. O estereótipo do gay que não quer nada com nada. Ele é tão baixo que fala muitas das verdades sobre o tal “mundo gay”. Provocativo demais. Algumas partes do texto são longas, dispersa a atenção.

7. A história

É bom saber um pouquinho sobre do que se trata a peça antes de ir assistir. Então vai: Ivo namora e sustenta Artur, mas a relação de ambos muda a partir da chegada de Nicolau, irmão de Artur, ao apartamento do estilista.

8. O figurino

Assinado por Alexandre Herchcovitch, o figurino é super moderno. Ivo usa plumas e uma bolsa “Viton”. Se ficar num bom lugar, veja os detalhes do tênis dele, é incrível. Artur é o gay paulistano, urbano e prático, usa camiseta e calça jeans. Nicolau é adepto da batina mesmo.

9. A atualização

Palmas a Ferdinando Martins, responsável pela atualização do texto da peça. Ferdinando é nosso colaborador e um dos mais respeitados jornalistas quando o assunto é teatro. O texto ficou leve, com cara super contemporânea, há referencias, aos principais points gays de São Paulo hoje, desde Autorama, até a Viera de Carvalho e Rua da Consolação. Até Internet é citada. Num dado momento Artur chama seu irmão para ir na Loca. Há um trocadilho quando Ivo chama Nicolau para ir na Frei Caneca e este confunde o nome da rua com Frei Galvão. Engraçadíssimo.

10. O preço

Super acessível. R$20 ou R$10 para estudantes. Na próxima quinta, feriado de Corpus Christi, custa apenas R$7, para todos. Vale lembrar que a peça fica em temporada até o próximo domingo 10/06. Em julho reestréia, mas por ora, sem data prevista.

O décimo primeiro motivo quem dá é você, leitor, que foi assistir, ou que vai. Conta pra gente o que vocês acharam

Serviço
Teatro Oficina
Rua Jaceguai, 520
Tel 11 3106-2818
Quinta a sábado às 21h, domingo às 19h 

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