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“É uma máfia”, diz Carla Rangel, segunda colocada no Miss World Competition

Segunda colocada no concurso Miss World Competition 2008, realizado na noite de ontem no clube Piratininga, Carla Rangel (na foto à direita), de 26 anos, representante da Zâmbia, não pretende disputar o Miss Brasil Gay, que acontecerá em agosto do ano que vem na cidade de Juiz de Fora.

"É uma máfia", disse a candidata à reportagem do site A Capa enquanto se trocava, após o resultado da cerimônia ter confirmado Jaqueline Boomèr (na foto à esquerda), a Miss Grécia, como a grande vencedora da noite. "É um concurso de cartas marcadas", disparou Carla. Uma amiga da candidata comenta nos bastidores para o repórter que "há uma semana já se sabia o resultado do concurso".

"Pode colocar aí na entrevista. Não pretendo disputar o Miss Brasil Gay ano que vem", declarou insatisfeita com o segundo lugar Carla Rangel, que, como vice, ganhou o direito de representar Santa Catarina no tradicional concurso gay. "É aquela coisa, o segundo lugar nunca é o primeiro". Algumas amigas pediam à reportagem "não publica isso que ela falou não", outra falava "publica sim".

Enquanto isso, no palco, a felizarda Jaqueline Boomèr, "com dois ‘ós’ e crase no ‘e’", de 27 anos e 65kg, vencedora do concurso, era assediada por amigos e conhecidos que queriam tirar fotos com a mais nova Miss Tocantins. Em entrevista ao site A Capa, a candidata afirmou que pretende pesquisar sobre o Estado para "representá-lo bem no ano que vem".

Jaqueline durante o dia, quando está desmontada, atende pelo nome de Jackson Lopes, trabalha como cabeleireiro, maquiador e músico. Além do título, a representante da Grécia ganhou os prêmios de Miss Fotogenia, melhor traje de noite – confeccionado por Jair Fernandes e Ribas Azevedo, organizador do concurso – e traje típico – criação do estilista Bruno Oliveira.

Crise, que crise?
A noite ontem foi de altas cifras em se falando de produções e vestidos. Segundo Ribas Azevedo, organizador do concurso, a realização do evento demandou um investimento de R$12 mil. Um dos trajes mais caros era o da Miss Grécia – uma enorme cabeça de cobra, de onde a candidata saia para seu número, representava os cabelos de uma medusa, feito com fibra de vidro, ferro, e argamassa, entre outros materiais. Segundo Oliveira, a roupa saiu por cerca de R$30 mil.

A noite
A celebração no clube Piratininga foi marcada por extensas performances apresentadas por figuras da noite gay, como Renata Peron e Antara Gold. Os shows fizeram com que o evento, que atrasou, acabasse às 5h da manhã.

No camarim, o maquiador de Jaqueline Boomér, Marcio Granada, chegou a perder seu estojo de maquiagem. "Da próxima vez eu vou cobrar bem mais", disse o rapaz em tom de brincadeira.

Pouco típicos
Os melhores momentos do desfile ficaram por conta do desfile de trajes típicos das candidatas. Entre as que arrancaram mais aplausos do público estava Carolina Navarro. A Miss Tailândia entrou no palco carregada por quatro gogo boys, representando uma deusa do país. Em sua apresentação, a miss usou faíscas e sky paper.

Outra que se destacou foi a miss Islândia, representando uma rainha do gelo. A trilha sonora da candidata era Björk, como não poderia deixar de ser. Já a miss Sibéria arrancou muitos aplausos quando no meio de sua apresentação surgiu no palco um cachorro husk siberiano branco de olhos azuis.

O que surpreendeu mesmo o público foi a inusitada apresentação de Carla Rangel, a Miss Zâmbia. Com a música de abertura do filme Rei Leão, um grupo de rapazes dançava e, no meio deles, um segurava uma cobra. Quando a miss entrou no palco, segurava por trás do pescoço uma cobra Python amarela.

"A idéia [de levar a cobra] quem teve foi minha grande amiga Melissa Ambrósio. O cara de quem eu aluguei tem autorização do Ibama, já foi no Gugu. Fiquei preocupada com a segurança das pessoas e queria tomar todas as precauções", explicou Carla enquanto ouvia de amigos que tinha arrasado.

A cobra foi a grande sensação dos bastidores. Alguns presentes queriam tirar fotos com o animal, outros queriam segurá-lo.

Dorflex
Devido a atrasos, o concurso acabou por volta das 5h da manhã. "Não estamos enrolando, queremos que acabe perto da hora do metrô abrir", brincava Silvetty Montilla, apresentadora do evento ao lado de Gretha Star. Trabalhando a noite inteira (Silvetty se apresentou no Queen, antes de ir ao Miss World) a animadora chegou a pedir um dorflex para a platéia para amenizar uma dor de cabeça. Gretha também estava cansada. Quando um amigo sugeriu que ela se sentasse ela falou que estava "morrendo de vontade", mas que não se sentaria porque "ia ficar feio".

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