Em fevereiro, Robbie Rogers, jogador de futebol dos EUA, resolveu se tornar um “homem livre” e assumir para todos o sua homossexualidade. Aos 25 anos, o atleta também anunciou sua aposentadoria.
Segundo ele, era impossível continuar nos gramados depois de ter revelado que era gay. Foi então que sua história ganhou grande repercussão na mídia e o Los Angeles Galaxy (equipe da principal liga de futebol dos EUA) resolveu fazer uma proposta ao jogador.
Hoje, Robbie Rogers, com 26 anos, atua como meia e se tornou o primeiro jogador gay de futebol em atividade. Neste final de semana, o atleta foi perfilado pela Folha de São Paulo e estampou a primeira página do caderno de esporte do jornal.
“Antes de assumir minha condição, achava que as pessoas não me entenderiam. Tudo acabou sendo consideravelmente melhor. É lógico que alguns sempre fazem piada. Mas a maioria das pessoas está me apoiando”, contou o jogador em entrevista.
Rogers afirmou que decidiu voltar ao futebol ao perceber que poderia ajudar na luta contra a homofobia no esporte.
“O futebol sempre esteve na minha vida e me ajudou desde criança. Não importava se eu era gay ou não. Também percebi que, se eu voltasse, poderia ajudar mudando a mentalidade do futebol. Eu poderia atingir os jovens com minha experiência”.
Quanto ao preconceito dentro e fora do campo, como, por exemplo, da torcida, o jogador disse que não tem como evitar. “Não respondo a quem me ofende, mas odeio quando isso acontece, fico bravo. Não posso fazer nada contra essas pessoas porque, se eu fizer, elas vencem”, declarou.
Durante a adolescência, Rogers contou que usava o esporte para fingir que não era gay. “Meus amigos costumavam dizer para as pessoas que desconfiavam que eu era gay: ‘ele joga futebol, é impossível que ele seja gay’”, revela.
Por fim, o jogador afirmou que é preciso que mais colegas do esporte saiam do armário para que a homossexualidade deixe de ser um tabu no futebol. Mas, confessa que ainda vai demorar um pouco para que a sociedade encare isso de forma natural.
“Espero que, se mais jogadores se assumirem, a condição sexual deles deixará de ser considerada uma questão relevante. Mas ainda vai demorar alguns anos. Os jovens precisam de exemplos”, concluiu.